quarta-feira, julho 22, 2009

Reforma psiquiátrica no Brasil: Modelo para a OMS

A reforma psiquiátrica brasileira vai servir de modelo para a OMS.

O modelo brasileiro começou a ser desenhado na década de 80, inspirado numa experiência italiana. A estratégia ganhou impulso e entrou em vigor em 2001 através de uma lei que prevê a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada e de apoio formada por núcleos de atendimentos e hospitais-dia.

A proposta incluí ampliar o acesso às terapias, garantindo os direitos humanos dos pacientes e privilegiando o tratamento ambulatorial.

Vale lembrar que em 2002, havia 422 CAPs (Centros de Atenção Psicossocial) no Brasil, hoje, são 1.394. Com isso, a cobertura da população passou de 21% para 57%. Um avanço considerável.

Uma das grandes críticas a este modelo é a lentidão da expansão desta rede e a percepção de que o atendimento ambulatorial não é indicado em todos os casos. No entanto, é inegável a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e portanto este modelo continuará a ser expandido. E os casos onde a internação for verdadeiramente necessária, esta deverá ser feita em hospitais gerais.

Devido ao sucesso deste modelo, o diretor do Departamento de saúde mental e abuso de substâncias da Organização Mundial da Saúde, Benedetto Saraceno, convidou o governo brasileiro para integrar um grupo internacional que vai desenvolver uma estratégia mundial de tratamento para pacientes com distúrbios mentais e abuso de drogas.

Além do Brasil, foram também convidados para integrar este programa o Egito, Itália e Holanda.

As doenças mentais e neurológicas são comuns em todo o mundo, afetam diversas comunidades abrangendo diversas faixas etárias.

Embora as doenças mentais representem 14% da morbidade das doenças, 75% dos pacientes encontram-se em países em desenvolvimento e não têm acesso ao tratamento necessário. Por isso, em outubro de 2008 a OMS lançou um programa de ação para agir contra o hiato existente na saúde mental denominado "mental health Gap Action Programme (mhGAP)".

Este programa tem como objetivo promover a expansão de serviços de atendimento às doenças neurológicas, mentais e de abuso de drogas em todos os países mas principalmente nos países em desenvolvimento. Acredita-se que com o atendimento, assistência psicossocial e medicação adequados, milhares de pessoas poderão ser tratadas contra a depressão, esquizofrenia e epilepsia e poderão ter uma nível de vida normal, mesmo em locais onde os recursos são escassos.




Nenhum comentário: