sexta-feira, janeiro 07, 2011

O adeus ao carismático artista plástico Malangatana

Malangatana Valente Ngwenya, nasceu a 6 de Junho de 1936, na vila de Matalana, em Moçambique.

Passou a infância a trabalhar para ajudar a mãe enquanto estudava na Escola da Missão Suiça, em Matalana, e posteriormente na Escola da Missão Católica, em Bulázi.

Aos 12 anos, mudou-se para a cidade de Lourenço Marques (atual Maputo) onde exerceu diversas atividades e trabalhos humildes. Quando trabalhava como apanhador de bolas num clube de ténis, conhece o biólogo e artista plástico português, Augusto Cabral.

Quando Malangatana demonstrou interesse por seus quadros, Augusto Cabral ofereceu-lhe os seus primeiros materiais de pintura.

Em 1959, expõem pela primeira vez as suas obras e um ano mais tarde tornou-se artista profissional graças ao apoio de mais um português, o arquiteto Pancho Guedes, que lhe cedeu a garagem como atelier de pintura.



Em 1961, organizou sua primeira exposição individual, no Banco Nacional Ultramarino e assim começou uma longa carreira de sucesso marcada pelo carisma e humanidade do pintor.


"Juízo Final" 1961

Malangatana tem trabalhos espalhados por todo o mundo. De desenhos, pinturas, esculturas, cerâmicas, murais até à poesia e música.
A sua obra é extensa e variada, sendo notória a influencia das diferentes fases da sua vida.
Os primeiros trabalhos foram inspirados na gente e nos contos da sua terra, ilustrando os monstros das histórias contadas pela sua avó.

Mais tarde o seu envolvimento na política marcou os seus trabalhos focando o colonialismo português e mais tarde a conquista da independência.

Posteriormente inspirou-se em temas mais amplos e universais, capturando a dureza da vida e os seus aspectos heróicos, passando numa última fase por um caráter mais sensual e muito marcado pelo o amor.


Um dos muitos Murais da autoria de Malangatana



Sem título, 1999
                                                                                  


Conhecido e reconhecido em todo o mundo, Malangatana foi nomeado Artista UNESCO para a Paz em 1997.
Em Moçambique, foi galardoado com a medalha Nachingwea, pela sua contribuição para a cultura do país.
Em Portugal, foi-lhe atribuída a medalha da Ordem do Infante D.Henrique e recebeu o titulo de "Doutor Honoris Causa" pela universidade de Évora.

Malangatana faleceu no dia 5 de Janeiro de 2011, aos 74 anos, no Hospital Pedro Hispano em Matosinhos em Portugal.
A morte de Malangatana foi uma grande perda para a cultura lusófona.



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