quinta-feira, janeiro 23, 2014

A Arte Timorense

Timorenses no tear
Hoje selecionamos alguns aspectos da arte em Timor-Leste, único país de língua portuguesa na região sudeste asiático. Por todos os conflitos enfrentados pelo país, o movimento artístico de Timor-Leste ainda se encontra em fase de desenvolvimento.



Tradicionalmente, o país é conhecido pela arte da cestaria, olaria e tecelagem, além de suas belas músicas e danças.

Timorense na cestaria
A cestaria, juntamente com a tecelagem, é a arte tradicional mais característica e mais espalhada por todo o território de Timor-Leste, já que vários tipos de cestos continuam a ser ustilizados no dia a dia em suas múltiplas funções.

A explicação poderá estar na grande profusão existente de uma espécie de palmeira – que em Timor se denomina Acadiro – de onde é retirada a matéria prima, tanto para oa fabricação dos cestos como para a cobertura (telhados) das casas tradicionais.


Cestaria timorense
A folha de acadiro constitui um material flexível e maleável mas que, depois de entrançada, adquire uma resistência extraordinária, que permite o seu uso durante longos anos sem se deteriorar.

Dentre os cestos mais tradicionais contam-se o luh’u, usado para guardar fruta, pão etc.; o mama fatin, usado para guardar e servir o betel, areca e cal; o lafatik, geralmente usado no processo de selecção do arroz ou do milho; e o boote, usado para o transporte das mais variadas coisas e cuja tira as mulheres costumam prender à testa.

Já a olaria existe em Timor-Leste há cerca de 4.500 anos!

Mulher timorense na olaria
Apesar da antiguidade dessa arte e da abundância de matéria prima, a olaria parece ter estado sempre limitada a determinadas áreas do território do país, sendo a variedade de utensílios em barro relativamente escassa. Uma explicação para este fato é a facilidade de encontrar outras matérias-primas para os mesmos fins como a madeira, o bambú e a casca de coco, bem como a expansão do comércio que acabou por introduzir na ilha recipientes fabricados nos mais diversos materiais como o ferro, o alumínio e o plástico.
Em Timor-Leste não existe a roda de oleiro e as técnicas utilizadas são das mais antigas do mundo. 


Olaria timorense
Todo o processo de fabricação depende única e exclusivamente da mulher. 

É a mulher timorense quem recolhe, seleciona e prepara os materiais, quem confecciona as peças, quem as coze e, finalmente, quem as vende no mercado. Em muitos casos é também a própria mulher quem se encarrega de conseguir a lenha ou os excrementos de búfalo necessários para a o cozimento do barro.

Uma forma de tecelagem criada pelas mulheres de Timor-Leste são os panos multicoloridos fabricados artesanalmente, conhecidos como Taís.

Estes panos são utilizadas para a ornamentação cerimonial, decoração e vestuário. Usa-se principalmente o algodão e que é tingido com corantes naturais muitas vezes preparados pelas próprias artesãs. As imagens e os padrões de Taís variam muito de região para região, mas muitas vezes eles incluem mensagens de localidade e eventos significativos. Já publicamos um artigo sobre ele no nosso blog, confira!

Variedades de Taís

Em Timor-Leste, as cores do Taís tradicional resumiam-se ao vermelho, amarelo e preto, sendo este último usado como uma espécie de escala hierárquica - ou seja, quanto mais abundante era o uso do preto, maior a importância da pessoa a quem se destinava. Hoje em dia existe uma maior profusão de cores, consequência direta da ocupação Indonésia e respectiva influência islâmica nos coloridos.

A música tradicional timorence é conhecida como tebe ou tebedai.

Dançarinas timorenses
É um gênero essencialmente rítmico proveniente de dois instrumentos musicais primordiais: o babadok (um pequeno tambor) e o dadir (disco metálico) que são tocados basicamente por mulheres que podem ser acompanhadas de um ou mais homens executando movimentos com as suas espadas, as surik.

Dançada tradicionalmente durante a época das colheitas e na abertura de uma lulik (casa sagrada), o tebedai é também executado em eventos religiosos e cerimónias governamentais. Veja essa e outras danças típicas dos países de língua portuguesa nesse artigo!



Bibliografia:


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