sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Remédio brasileiro contra a malária chegará à África de língua portuguesa


ASMQ é um novo medicamento produzido pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (FARMANGUINHOS - http://www.far.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home), da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ – www.fiocruz.br) no Brasil para tratamento da malária.

Este medicamento mais barato e mais eficaz do que a terapia atual, já utilizado no Brasil, será em breve, disponibilizado para África, especialmente para os Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

Este medicamento simplifica o tratamento de adultos e crianças por ser uma formulação em dose fixa combinada entre dois componentes - artesunato (AS) e mefloquina (MQ) e além de ser mais eficaz, tem baixa toxidade e apresenta menos efeitos colaterais. Além disso pode ser armazenado por três anos em clima tropical.
Só não é recomendado para mulheres grávidas.

A tratamento é uma das quatro combinações à base de artemisinina recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS - www.who.int) desde 2001, para o tratamento antimalárico de primeira linha.


Foram quase quatro anos de pesquisa para chegar a essa formulação que diminui acentuadamente o número de comprimidos e produz uma ação favorável de controle sobre o tipo mais grave da doença, a malária falciparum.

Lembre-se:
1) A malaria é a maior causa de morbidade e mortalidade no mundo: reduz o crescimento econômico das áreas endêmicas em 1,3% ao ano com um prejuízo avaliado em mais de US$ 12 bilhões por ano nos paises afetados.

2) Presente em mais de 100 países ameaça metade da população mundial.
Ocorrem entre 350 a 500 milhões de casos de malaria ao ano no mundo, e mais de 1 milhão de mortes.

3) De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a cada trinta segundos morre uma criança no continente africano em decorrência da malária, também conhecida como paludismo.

4) Somente em Moçambique, a malária é responsável por 40% da mortalidade infantil.

5) O tratamento da malária não pode ser restrito ao uso do medicamento. Ela é uma questão de pobreza e de meio ambiente, ou seja, a malária está diretamente relacionada com os determinantes sociais da saúde

O laboratório Farmanguinhos vai trabalhar em parceria com a Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi), organização não-governamental baseada em Genebra, para levar o remédio ao mercado a preços bem accessíveis (US$ 2,50 ou 1,5 euros) para o tratamento completo de um adulto.

Farmanguinhos
Unidade da Fiocruz e um dos maiores laboratórios farmacêuticos do país. Tem larga experiência na produção de medicamentos para doenças negligenciadas, especialmente para o tratamento do HIV/Aids. Farmanguinhos produz mais de 2 milhões de unidades farmacêuticas por ano, não apenas para o HIV/Aids, mas também para o tratamento de doenças endêmicas como a malária (ASMQ; primaquina e cloroquina), hanseníase, tuberculose e filariose.
http://www.far.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home


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