Como já dissemos antes, a África apresenta uma enorme diversidade cultural e étnica, não só entre países, mas também dentro de cada país.
Neste continente em que a dança e a canção são importantes formas de comunicação e em que as expressões culturais nativas, apesar de se verem misturadas a culturas de outros povos (nativos ou não), continuam fortes e enraizadas tão profundamente que nem a forte presença colonial europeia apagou.
A rede ePORTUGUÊSe resolveu conhecer um pouco mais a fundo os grupos étnicos que caracterizam os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). Começamos hoje por Angola e Cabo Verde e na próxima segunda-feira, falaremos dos grupos étnicos da Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
Com certeza, cada um de nós se reconhecerá um pouco.......
Com certeza, cada um de nós se reconhecerá um pouco.......
Ao longo dos séculos, a África foi recebendo migrantes de outras partes do mundo que aí se estabeleceram, como os Árabes e os Europeus que se infiltraram um pouco por toda a África desde o século XVII, altura em que começaram a chegar também migrantes do sul asiático.
Nos PALOP habitam, ainda hoje, numerosas tribos e grupos étnicos distintos que, com suas próprias crenças e expressões culturais, refletem uma enorme miscigenação que foi moldando a cultura de cada país. Angola, populada desde muito cedo, era originalmente habitada pelos povos Sam ou Khm que, com a chegada e domínio dos Bantu, foram forçados a deslocarem-se para a região do deserto de Namibe, no sul do país.
Os Bantus constituem um grupo etnolinguístico que se localiza principalmente na África subsaariana com mais de 400 subgrupos diferentes. A unidade deste grupo, contudo, se traduz pela unidade da língua, uma vez que essas centenas de subgrupos têm como língua materna uma língua da família banta.
Atualmente, a população angolana é majoritariamente composta pelo povo Bantu, que se subdivide em diversos grupos etno-linguísticos, tais como:
Os Bantus constituem um grupo etnolinguístico que se localiza principalmente na África subsaariana com mais de 400 subgrupos diferentes. A unidade deste grupo, contudo, se traduz pela unidade da língua, uma vez que essas centenas de subgrupos têm como língua materna uma língua da família banta.
Expansão dos povos Bantu |
Atualmente, a população angolana é majoritariamente composta pelo povo Bantu, que se subdivide em diversos grupos etno-linguísticos, tais como:
· Ovimbundu - originários da região de Benguela (costa sudoeste de Angola), eram tradicionalmente comerciantes, agricultores e pastores, economicamente superiores a outras tribos. A sua cultura foi bastante afectada pela colonialização e pelo contacto com os portugueses. Representam 37% da população angolana.
· Kimbundu (25%) - também chamados Mbundu, falam o Kimbundu, a terceira língua mais falada em Angola, falada por 1/3 da população. Têm origem no reino Mbundu, estabelecido por volta de 1400, cujo chefe, Ngola, deu o nome ao país. Vivem hoje sobretudo na região de Luanda e províncias de Bengo, Cuanza Sul e Norte e Malange (noroeste e centro norte). Embora tenham perdido uma parte da sua cultura tradicional durante o período de colonização, mantêm até hoje os seus valores e estruturas centrais enquanto comunidade matriarcal.
· Bakongo (13%) - presentes também no Congo, os povos Kongo chegaram a Angola no século XIII, desenvolvendo-se de forma próspera e organizada até à chegada dos portugueses. A religião católica abriu então caminho entre os Bakongo, através dos missionários, mas prevalecem, até hoje, suas crenças tradicionais baseadas principalmente no profetismo e messianismo, com importantes repercussões na organização política e social do povo, cujas tribos se encontram fragmentadas de acordo com a sua linhagem.
Não é à toa que são falados 42 idiomas em Angola, com 6 línguas oficiais: Português, Kikongo, Kimbundu, Mbunda, Chokwe e Oshiwambo.
Não é à toa que são falados 42 idiomas em Angola, com 6 línguas oficiais: Português, Kikongo, Kimbundu, Mbunda, Chokwe e Oshiwambo.
Rainha Nzinga com o governador português em Luanda em 1657. |
Cabo Verde, devido à sua localização junto à costa da África Ocidental, era um ponto de paragem obrigatória para os navios que se dirigiam à América do Sul, pelo que se transformou, durante o período da colonização portuguesa, num importante centro de comércio e porto de reabastecimento.
O arquipélago recebia os escravos negros, que se foram misturando com os portugueses, dando origem a uma população mestiça.
Em todos os seus aspectos, a cultura de Cabo Verde caracteriza-se por uma miscigenação de elementos europeus e africanos. Não se trata de um somatório de duas culturas, convivendo lado a lado, mas sim, um terceiro produto, totalmente novo. Hoje em dia, a população de Cabo Verde é maioritariamente Criola (71%).
Os Europeus constituem apenas 1% da população e esta mistura é hoje evidente nas tradições orais e musicais de Cabo Verde. A população inclui outros povos nativos, que representam cerca de 28%.
Após a independência, uma grande parte da população cabo-verdiana deixou o país em busca de melhores oportunidades de trabalho. Hoje, a diáspora é 3 vezes maior do que a população do país.
A língua oficial é o português mas a língua nacional e falada pelo povo é o criolo caboverdiano (criol, kriolu). Cada uma das dez ilhas de Cabo Verde tem um criolo diferente. O criolo está oficialmente em processo de normatização e criação de uma forma escrita, visto que era somente um idioma falado. Hoje, discute-se a possibilidade do criolo tornar-se a segunda língua oficial do país.
Fontes:
National African Language Resource Center - http://www.nalrc.wisc.edu/
The Africa Guide - http://www.africaguide.com/
Encyclopaedia Britannica - http://www.britannica.com/
Wikipedia - http://en.wikipedia.org
Countries and their Cultures - http://www.everyculture.com/
U.S. Department of State - http://www.state.gov/
SIM (Serving in Mission ) - http://www.sim.org/index.php/content/makhuwa
Kruger Park - http://www.krugerpark.co.za/
Nenhum comentário:
Postar um comentário