segunda-feira, dezembro 08, 2014

O futuro da língua em Angola promete

Angola tem uma 
imensurável responsabilidade na preservação, divulgação e valorização da língua portuguesa no mundo, em geral, e, em particular, no continente Africano.




Isso se deve ao fato, não só da sua influência político-econômica-cultural na região, à sua posição geo-estratégica, mas também pela força e projeção de desenvolvimento que a tem tornado num país de destino de emigrantes de várias latitudes do planeta.Tudo isso propicia um dinamismo invisível na necessidade de aprendizagem.

Não está em causa o poder de Moçambique nesse processo, porque também existe tal responsabilidade, embora em proporções desiguais; nem o do Brasil pelo mundo, pois atualmente é o maior "embaixador" dessa língua pelas organizações internacionais.

Angola faz parte da CPLP
Portanto, vemos populações inteiras de expatriados cuja finalidade é a socialização com a língua portuguesa, que hoje é tão nossa quanto dos cidadãos portugueses. Aprender português torna-se um indicador de permanência e integração dos que se querem fixar no país.

Se esses elementos representam, em si, uma verdadeira motivação para que se possa pôr a andar um processo melhorado de ensino na mesma carruagem do da aprendizagem por comunidades que a assumem como língua segunda, infelizmente um certo conservadorismo tem vindo a funcionar como travão.

Por exemplo, não faz muito tempo, que um jovem cidadão português, além do imponente emprego que lhe ofereceram, estando pela primeira vez em Angola, mostrou-se maravilhado com a forma viva que acha estar a língua portuguesa a ser utilizada em Angola, com as palavras a ganharem novas nuances semânticas, construções inovadoras, o enriquecimento lexical, a mobilidade dos conectores nas frases, etc.Segundo este cidadão português, essa vivacidade da língua portuguesa só a sentia no Brasil, pois, para ele, em Portugal, a língua andava mofa, sisuda e quase sem crescimento.

A língua portuguesa em Angola tem o futuro garantido. A coabitação com outras línguas num mesmo espaço territorial é uma valia que só o tempo permitirá avaliar. Nada indica que ela venha a perder terreno. Pelo contrário. A criatividade dos falantes angolanos, associada às vivências e experiências das desafiantes décadas de instabilidade, coloca(ra)m na boca do angolano um produto linguístico bastante fértil; uma língua em potencial crescimento nos seus mais diversos aspectos.

Gráfico Língua Portuguesa

Entretanto, é necessário que essa inovação seja acompanhada para que se respeite um instrumento regulador de qualidade (não à fala, mas à língua), para se criar referências e referentes, com base nas normas que felizmente existem. E, nesse aspecto, a escola não tem ajudado muito.

Escolas em Angola
Na minha experiência de docente angolano, o modelo  desde o ensino de base à universidade, e mesmo como utente da língua, defendo que se deve revigorar o modelo de ensino/ aprendizagem da língua portuguesa em Angola.

O papel do ensino da língua portuguesa nas nossas escolas em Angola deve valorizar cada vez mais a leitura, interpretação e a produção de textos na língua portuguesa, devendo permitir que o aluno aprenda no mínimo, a ler e a escrever com proficiência e evitar-se os chamados analfabetos funcionais.

Distribuição étnica em angola
As línguas originalmente faladas em Angola, como em qualquer país africano, são as dos povos africanos residentes na região. A implantação geográfica destes povos, hoje designados como etnias, no fim da era colonial fez surgir diversas linguas; apesar das vicissitudes das décadas pós-coloniais, esta distribuição espacial continua no essencial inalterada. Em termos globais, a esmagadora maioria dos angolanos – perto de 90% – é de origem bantu.

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