quarta-feira, abril 15, 2015

60 anos da descoberta da vacina contra a poliomielite


Dr. Jonas Salk
Alguns momentos da história carregam um significado maior do que os outros. 

Sessenta anos atrás, no dia 12 de abril, uma vacina desenvolvida por Jonas Salk demonstrou ser segura e eficaz na proteção das crianças contra a póliomielite garantindo  uma das ferramentas necessárias para iniciar a luta contra a doença.

Vírus da Poliomielite
Esta doença também conhecida como paralisia infantil é contagiosa e causada pelo poliovírus (sorotipos 1,2,3) e pode atingir crianças e adultos.
A infecção se dá por via fecal-oral e contato direto com pessoas infectadas.




Desde o descobrimento da vacina, os esforços para erradicar a poliomielite tem sido um dos programas de saúde pública mais bem sucedidos do mundo, reduzindo os casos da doença em 99%. 

Somente 3 países do mundo ainda apresentam a poliomielite endêmica (Nigéria, Afganistão e Paquistão).

Ao comemorarmos o feito notável de Jonas Salk, a vacina contra a poliomielite inativada (IPV), continua a desempenhar um papel importante rumo à erradicação, e garantir a erradicação do vírus.

India
Uma ameaça incurável

Por milhares de anos, a poliomielite foi uma das principais causas de incapacidade física. A doença aparece sem aviso e pode causar paralisia para toda a vida. Alguns casos levam a morte.

Em 1916, nos EUA mais de 27 000 pessoas ficaram paralisadas com 6 000 mortes. 


A descoberta que mudou o mundo

Karl Landsteiner
Em 1908, o biólogo e médico austríaco Karl Landsteiner descobriu que a poliomielite era causada por um vírus. Karl Landsteiner foi também responsável pela sistema de classificação de grupos sanguíneos, identificando a presença de aglutininas no sangue. Quando o fator RH foi identificado em 1937, as transfusões sanguineas não eram mais consideradas como sentenças de morte.

Em 1930, ele recebeu o Premio Nobel de Medicina.


Dr. Jonas Salk
Dr. Jonas Salk nasceu em 1914, na cidade de Nova Iorque. 

Em 1938, na Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York, começou a trabalhar numa vacina contra a influenza que lhe permitiu desenvolver técnicas para a criação da vacina inativada contra a poliomielite.
Em 1952, Salk e seus colegas anunciaram o desenvolvimento de uma vacina injetável contra a póliomielite. Com colaborações de outros centros dos Estados Unidos, Canadá e Finlândia, foi possível lançar um programa de vacinação envolvendo 1,8 milhões de crianças. 

Finalmente, em abril de 1955, a vacina de Salk foi declarada "segura, eficaz e potente." 

Em 1957, os casos na América diminuíram quase 90% e, em 1979 não houve mais registros de casos de poliomielite.


Em 1961, Albert Sabin médico polonês erradicado nos EUA desenvolveu a vacina oral contra a poliomielite (OPV). A vacina oral contém formas atenuadas do vírus que estimulam as defesas do organismo, sem contudo causar a doença.

Diferenças entre as vacinas Salk e Sabin

A vacina Salk é eficaz na prevenção da maioria das complicações da poliomielite, mas não impede a infecção intestinal inicial. Além disso, aqueles que receberam a vacina Salk poderiam transmitir o vírus da poliomielite.

A vacina Sabin é de uso mais fácil e seus efeitos são mais duradouros.
De 1956-1960, Sabin trabalhou com colegas russos para aperfeiçoar a vacina oral e provar a sua eficácia e segurança. 

A vacina Sabin entra no intestino e impede que o vírus da polio entre na circulação sanguínea. Assim, a vacina oral quebrou a cadeia de transmissão do vírus e permitiu a possibilidade de que a doença pudesse ser um dia ser erradicada.


Um enfoque global 

Apesar da redução dramática da doença em todo o mundo, a poliomielite continua a afetar cerca de 350.000 pessoas em 125 países do mundo. 

Em 1988, a Organização Mundial da Saúde, UNICEF, e os Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças se juntaram à Rotary, para lançar a Iniciativa Global de Erradicação da Polio (GPEI).

Desde então, a GPEI apoiou governos para acabar com a transmissão da poliomielite no mundo. 

A combinação da vacina oral contra a poliomielite e IPV levou à erradicação da poliomielite nas Américas, no Pacífico Ocidental e Europa. 

Com a declaração da Região do Sudeste Asiático da OMS como livre da pólio em 2014, 80% da população do mundo vive em regiões livres da doença.



Uma criança recebendo a vacina oral contra a poliomielite


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