segunda-feira, janeiro 28, 2013

Vamos lembrar os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM)

Em Setembro de 2000, na maior reunião de chefes de estado da história, foi discutida a adoção da Declaração do Milênio das Nações Unidas e marcou o começo do novo milênio.

A Declaração, assinada por 189 países, estabeleceu as metas a serem alcançadas em 2015.

Vamos recordar e começar a pensar no que fazer depois de 2015.....


ODM nº 1 : Erradicar a pobreza extrema e a fome

Um crescimento econômico sustentável ajuda a reduzir a pobreza
• Os países devem assegurar que os pequenos avanços econômicos serão protegidos em tempos difíceis, ajudando na redução da pobreza;
A atual crise financeira já reduziu as taxas de crescimento anuais previstas em 2009 para África subsaariana - de 7%, em dezembro de 2007 para 4%, em dezembro de 2008;
• Desde o início de 2008 os países têm sofrido com o aumento do preço dos alimentos e combustíveis. Isso tem um impacto negativo sobre a redução da pobreza.

ODM nº 2 :Atingir uma educação primária universal
• A educação é um direito fundamental e deve estar disponível para todos;
• A qualidade do ensino báscio e a aprendizagem continuam a ser questões importantes em todo o mundo tendo um impacto crucial na frequência e na duração da vida escolar;
• Educar meninas e mulheres tem repercussões específicas na saúde e na prosperidade dos países em vias de desenvolvimento. Por exemplo: em África, crianças cujas mães receberam cinco anos de educação primária têm 40% a mais de probabilidade de viver além dos cinco anos de idade.

ODM n°3:
Promover a igualdade de gêneros e dar mais poder às mulheres
• Não se pode eliminar a pobreza e atingir os ODM até que a discriminação contra mulheres e meninas tenha acabado. Mulheres têm uma contribuição vital para a economia, governança, para o processo de paz, para suas comunidades e famílias;
• A igualdade de gênero é também uma questão de direitos humanos. Os tratados internacionais de direitos humanos proíbem a discriminação contra as mulheres;
• A meta do ODM3 reconhece que a educação das meninas é uma das medidas mais eficazes de redução da pobreza. Mas somente a educação não é suficiente.
Atingir o ODM3 também requer o progresso noutras áreas-chave incluindo:
- Participação política;
- Acesso a ativos produtivos e a oportunidades de emprego;
- Acesso a serviços de saúde;
- Proteção contra a violência.

O progresso de todos os ODM baseia-se na igualdade de gênero. O desenvolvimento faz pouco sentido se metade da população é impedida de beneficiar e contribuir para esse mesmo desenvolvimento.

ODM nº 4 : Reduzir a mortalidade infantil
• A saúde e o bem estar das mulheres e seus filhos estão totalmente interligados;
• Existe um forte consenso de que os programas para a saúde materna, neonatal e infantil só serão efetivos se existir uma continuidade de cuidados, desde a gravidez e o parto e durante a infância. Esta continuidade exige a reorganização e reforço dos sistemas de saúde;
• Dos quatro milhões de bebés que morrem em cada ano nas 4 primeiras semanas de vida (período neonatal), quase três quartos das mortes poderiam ser evitadas se suas mães fossem adequadamente nutridas e recebessem cuidados adequado durante a gravidez, parto e período pós-natal;
• A maioria das mortes de crianças com menos de cinco anos de idade são atribuídas a infecções respiratórias agudas (principalmente pneumonia), diarréia, malária, sarampo, HIV/AIDS e condições neonatais - todas evitáveis através de intervenções adequadas;
• HIV/SIDA é um enorme e crescente problema para as crianças. Em 2006 o número estimado de crianças com menos de 15 anos vivendo com o HIV era de 2,3 milhões - 87% provenientes da África subsaariana. Além disso, estima-se que 15,2 milhões de crianças perderam um ou ambos os pais devido a esta infecção - 80% deles na África subsaariana. Em 2010 esse número deverá subir para mais de 20 milhões;
• A desnutrição aumenta o risco de morte por estas doenças - mais de metade das mortes infantis ocorre em crianças de baixo peso;
• A malária é uma das principais causas de anemia em mulheres grávidas e crianças, bem como de baixo peso ao nascer e parto prematuro. De um milhão de mortes causadas por malária a cada ano, mais de 90% são entre crianças africanas;
• Atenção à saúde sexual e reprodutiva da mulher (SSR) e aumento do acesso a preservativos é também importante para a saúde da criança. Por exemplo, a sífilis não tratada durante a gravidez resulta numa elevada taxa de nados mortos (25%) e provoca 14% dos óbitos neonatais;
• Em África, a prevalência de sífilis em mulheres grávidas varia entre 4-15%;
• Medidas de saúde pública têm um papel vital a desempenhar na redução do número de mortes infantis. Mas, reduzir a mortalidade infantil também exigirá ações destinadas a melhorar a nutrição, a igualdade de gênero, a educação e a renda familiar. Qualquer ação para melhorar os serviços deve assegurar o acesso equitativo para as mulheres e crianças;
• Discriminação contra meninas e distribuição desigual de alimentos e recursos dentro das famílias tem um impacto significativo na mortalidade infantil - principalmente na das meninas;
• Globalmente, a proporção de crianças com menos de cinco anos que apresentam baixo peso, diminuiu para um quinto durante o período de 1990 -2005. Todavia, apenas poucos progressos têm sido vistos no sul da Ásia e na África subsaariana, onde a desnutrição continua a ser um fator importante no aumento das mortes infantis.

ODM nº 5 : Melhorar a saúde materna

• Quase todas as mortes maternas poderiam ser evitadas com o acesso a cuidados de saúde durante a gravidez, parto e algumas semanas após parto, assim como o acesso a cuidados de emergências obstétricas em caso de complicações;
• A experiência da Tailândia, Bangladesh e Sri Lanka mostram que a mortalidade materna pode ser reduzida em países em vias de desenvolvimento;
• Existem diferenças significativas no acesso a serviços de saúde materna, por exemplo, na Etiópia, uma pessoa com recursos tem 28 vezes mais probabilidades de receber atendimento especializado durante o parto do que uma pessoa sem recursos;
• As mortes maternas são apenas a ponta do iceberg. Para cada morte materna, existem pelo menos 20 mulheres que sofrem sérias complicações relacionadas com a gravidez que podem repercutir-se ao longo de toda sua vida;
• A saúde e as chances de sobrevivência de um recém-nascido são largamente determinadas pela saúde da mãe, da sua nutrição e dos cuidados pré-natais que ela recebe;
• Para reduzir a mortalidade materna e a invalidez é necessário vontade política. Melhorar o estatuto e os direitos das mulheres e aumentar o acesso das mesmas a todos os serviços essenciais de saúde materna deve ser uma preocupação prioritária.

ODM nº 6: Combate ao HIV/Sida, malária e outras doenças
• Nos países em vias de desenvolvimento a prevalência de HIV estabilizou-se, mas a imagem global mascara a grande variação nos diferentes países.Embora a epidemia tenha começado a declinar no Quénia, Zimbabué e nas áreas urbanas de Burkina Faso e estabilizado em Uganda, Tanzânia e Gana, a epidemia continua crescendo na África do Sul;
• A maior conquista foi o aumento de acesso ao tratamento. Até ao final de 2006, mais de 2 milhões de pessoas recebiam terapia anti-retroviral em países de baixo e médio desenvolvimento, o que representa um aumento de 54% comparado com o ano anterior;
• Todavia, as medidas de prevenção não estão a acompanhar a propagação do HIV. Para cada nova pessoa que recebe tratamento, mais seis pessoas são infectadas;
• Em cada epidemia, existem indivíduos e grupos específicos que são desproporcionalmente vulneráveis ao HIV/SIDA. No entanto, eles permanecem amplamente negligenciados. Mulheres, jovens, homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, utilizadores de drogas injetáveis e presos estão entre os mais vulneráveis ao HIV e mais afetados pela epidemia.
Mas, globalmente, menos de um em cada vinte homens que fazem sexo com homens têm acesso à prevenção do HIV e serviços de cuidados que necessitam. Medidas de prevenção do HIV para os utilizadores de drogas injetáveis são, na melhor das hipóteses, 5% em todo o mundo.

ODM nº 7: Assegurar a sustentabilidade ambiental

• Para atingir os outros ODM é essencial o acesso à água potável e ao saneamento básico. É um requisito fundamental para melhorar os cuidados de saúde primários, para aumentar a escolaridade de meninos e meninas e é uma precondição para o sucesso na luta contra a pobreza, fome, mortalidade infantil e na obtenção de uma maior igualdade entre gêneros;
• Atingir as diferentes metas também irá salvar muitas vidas. A diarréia causa cerca de 1,5 milhões de mortes em cada ano (principalmente entre crianças) e é a terceira maior causa de morte por doença infecciosa. De fato, aproximadamente a cada 20 segundos, uma criança morre devido a diarréia. De acordo com a OMS, cerca de 90% dessas mortes poderiam ser evitadas através do acesso a água potável, saneamento básico e práticas de higiene efetivas.

ODM nº 8: Desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento

• O alívio da dívida externa por parte dos países desenvolvidos, colabora para que os países menos desenvolvidos tenham recursos adicionais para investirem na saúde, educação e infra-estruturas, tal como estabelecido nas estratégias nacionais de redução da pobreza.

http://www.who.int/mdg/en/index.html
http://www.dfid.gov.uk/global-issues/millennium-development-goals/



 

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