Fonte |
Desde 1994, esta iniciativa da UNESCO tem
inspirado as lutas atuais contra o preconceito, a discriminação racial e todas
as formas de escravidão que ainda atingem mais de 20 milhões de pessoas em todo
o mundo.
Surgiu de uma iniciativa do Haiti em conjunto com vários países africanos que fizeram parte da “Rota dos Escravos”.
Surgiu de uma iniciativa do Haiti em conjunto com vários países africanos que fizeram parte da “Rota dos Escravos”.
“A rota do
escravo não é apenas um evento do passado: é a nossa história e moldou o
caráter de várias sociedades modernas, criou laços indissolúveis entre povos e
continentes, e transformou de maneira irreversível o destino, a economia e a
cultura de nações”, disse a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova.
O tráfico
transatlântico de escravos figura entre as mais extremas violações dos direitos
humanos de toda a história.
Nesses 20
anos de história, o projeto tem destacado as transformações globais resultantes
dessa tragédia, assim como tem ajudado na conscientização sobre a escravidão e suas
consequências.
Fonte |
Para
celebrar os 20 anos deste projeto, o Governo de Cabo Verde, através de vários
ministérios, vai realizar várias atividades que começam em setembro e
vai até o dia 31 de dezembro de 2014.
O objetivo é envolver a população, provocar reflexões, expor documentos, organizar exposições, exibir filmes sobre a escravatura e o tráfico negreiro em todas as ilhas e promover um fórum organizado pelo Ministério da Educação e Desporto que possa discutir o trafico de escravos nos programas escolares de ensino.
O objetivo é envolver a população, provocar reflexões, expor documentos, organizar exposições, exibir filmes sobre a escravatura e o tráfico negreiro em todas as ilhas e promover um fórum organizado pelo Ministério da Educação e Desporto que possa discutir o trafico de escravos nos programas escolares de ensino.
De acordo com o Ministro
do Ensino Superior, Ciência e Inovação de Cabo Verde, o que o que se quer não é revisitar o nosso
passado com nostalgia, mas “encontrar um futuro com o nosso passado”, que consiste na produção de obras científicas
e pedagógicas e toda a nossa herança, que pode enriquecer a oferta turística, a dimensão do turismo cultural
e a imagem do país no mundo.
Cabo Verde foi a primeira sociedade escravocrata, que soube desconstruir uma imagem negativa do que foi a escravatura.
Cabo Verde foi a primeira sociedade escravocrata, que soube desconstruir uma imagem negativa do que foi a escravatura.
O Ministro
da Cultura, Mário Lúcio Sousa, também reconheceu o papel do país na historia da
rota dos escravos, afirmando que Cabo Verde assumiu a posição de uma plataforma desta rota, e que agora o arquipélago deve recentrar a sua
atenção e fazer com que os cabo-verdianos conheçam um pouco melhor
da sua história.
Cabo Verde
quer reconstruir a rota mundial do tráfico de escravos e fazer com que os
cidadãos estejam conscientes da sua contribuição e herança para a formação da
sociedade e da história mundial.
A lingua crioula nasceu em Cabo Verde e expandiu-se pelo mundo, representando um "grande
contributo" para o desenvolvimento da humanidade e de novas línguas.
Curiosidades
sobre os algumas Rotas dos Escravos:
Fonte |
Rota de
Angola
Essa rota foi responsável por cerca de 40% dos 10 milhões de africanos levados para as Américas.
No caso do Brasil, os navios que partiam da costa dos atuais territórios do Congo e de Angola se destinavam principalmente aos portos de Recife, Salvador e Rio de Janeiro.
Os povos da África Central Atlântica, como os ovimbundos, bacongos, ambundos e muxicongos, pertenciam ao chamado grupo linguístico banto, que reúne cerca de 450 línguas.
O tráfico
dessa região para o Brasil começou ainda no século XVI. Foi inicialmente
marcado pela aliança entre os portugueses e o reino do Congo.
Mas, para escapar do monopólio do rei congolês no fornecimento de africanos escravizados, Portugal passou a concentrar esforços na região mais ao sul, onde hoje se situa Angola.
De lá, veio a maior parte dos africanos que entraram no Brasil, principalmente pelo Rio de Janeiro, no período colonial.
Mas, para escapar do monopólio do rei congolês no fornecimento de africanos escravizados, Portugal passou a concentrar esforços na região mais ao sul, onde hoje se situa Angola.
De lá, veio a maior parte dos africanos que entraram no Brasil, principalmente pelo Rio de Janeiro, no período colonial.
Rota da Guiné
No século XVI, a Alta Guiné foi o principal núcleo de obtenção de africanos pelos traficantes portugueses. De Cabo Verde, saíam navios com cativos vindos principalmente da região onde hoje se situam Guiné-Bissau, Senegal, Mauritânia, Gâmbia, Serra Leoa, Libéria e Costa do Marfim.
Essa área era habitada por diferentes povos, entre os quais os balantas, fulas, mandingas, manjacos, diolas, uolofes e sereres.
Essa área era habitada por diferentes povos, entre os quais os balantas, fulas, mandingas, manjacos, diolas, uolofes e sereres.
O destino desses povos eram as regiões Nordeste e Norte do Brasil. Mas a Rota da Guiné teve menor impacto sobre a formação da população brasileira do que as outras rotas, pois a necessidade de mão-de-obra nas Américas ainda era pequena no primeiro século da colonização.
Rota de
Moçambique
No início
do século XIX, a Inglaterra passou a pressionar Portugal no sentido de acabar
com o tráfico de escravos, o que resultou nos tratados de 1810 entre os dois
países.
Para escapar ao controle britânico na maior parte do Atlântico, muitos traficantes se voltaram para uma rota até então pouco explorada, que partia da África Oriental.
Os navios saíam principalmente dos portos de Lourenço Marques (atual Maputo), Inhambane e Quelimane, em Moçambique, e se dirigiam ao Rio de Janeiro.
Para escapar ao controle britânico na maior parte do Atlântico, muitos traficantes se voltaram para uma rota até então pouco explorada, que partia da África Oriental.
Os navios saíam principalmente dos portos de Lourenço Marques (atual Maputo), Inhambane e Quelimane, em Moçambique, e se dirigiam ao Rio de Janeiro.
Africanos embarcados nesses portos pertenciam a
uma diversidade de povos, entre os quais os macuas, swazis, macondes e ngunis,
e ganhavam no Brasil a designação geral de "moçambiques".
Entre 18% a 27% da população africana no Rio do século XIX era de moçambiques. No entanto, nem todos vinham da colônia portuguesa e, sim de regiões vizinhas – onde hoje estão Quênia, Tanzânia, Malauí, Zâmbia, Zimbábue, África do Sul e Madagascar.
O grupo linguístico majoritário era o banto.
Entre 18% a 27% da população africana no Rio do século XIX era de moçambiques. No entanto, nem todos vinham da colônia portuguesa e, sim de regiões vizinhas – onde hoje estão Quênia, Tanzânia, Malauí, Zâmbia, Zimbábue, África do Sul e Madagascar.
O grupo linguístico majoritário era o banto.
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