BALTASAR LOPES
Baltasar Lopes da Silva, de Calejão, Cabo Verde (1907-1989), foi um poeta, novelista e contista de grande importância para a literatura caboverdiana. Estudou direito e filologia românica em Lisboa antes de tornar-se professor e depois diretor do Liceu Gil Eanes, na ilha de São Vicente. Ao longo dos anos teve diversos poemas publicados em Cabo Verde, Portugal e Brasil.
Em 1936, Baltasar fundou com alguns colegas (dentre eles Manuel Lopes e Jorge Barbosa) o jornal Claridade, a fim de publicar ensaios, poemas e contos que refletiam os problemas sociais de Cabo Verde, como a seca, a fome e a emigração. Fundamental para expor a realidade caboverdiana, especialmente sobre os grupos sociais mais vulneráveis, o jornal também discutia o colonialismo e promovia a cultura local.
Também conhecido pelo pseudônimo de Osvaldo Alcântara, Baltasar escreveu uma única novela, considerada um clássico da literatura do país: Chiquinho (1947), marco do realismo caboverdiano e da cultura crioula.Após a novela, Baltasar publicou alguns livros de não-ficção e diversos ensaios sobre cultura e etnologia, além de editar uma antologia sobre a ficção contemporânea cabo verdiana (1960).
Dois anos após seu falecimento, em 1992, o governo introduziu a nota de 500 escudos com o perfil de Baltasar Lopes.
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