quinta-feira, setembro 04, 2008

Atores exaltam a língua portuguesa por meio da arte

O idioma dos atores é o mesmo, porém os países são diferentes.

Essa foi uma das características que marcaram o I Festival de Teatro Lusófono do Piauí no fim de agosto de 2008.


O evento promovido pelo Grupo Harém de Teatro contou com apoio do Governo do Estado do Piaui na região nordeste do Brasil e garantiu bons momentos para os atores e para o público.

A integração e a mistura de ritmos e cultura de Angola. Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, marcaram fortemente o festival e Jorge Washington do Bando de Teatro da Bahia Olodum destacou a receptividade do público dizendo: “Foi uma recepção calorosa, alegre e o teatro estava lotado na apresentação do nosso grupo na segunda-feira (25 de agosto)” .

Quanto ao conteúdo do trabalho, explicou que foi uma exposição viva sobre a questão do racismo. “Mostramos situações que são vividas no Brasil e em outros países também, onde há preconceito. Colocamos muita coisa com humor, mas que também é uma crítica” .

Para Jorge Washington, estar com atores e artistas de outros países, especialmente de língua portuguesa faz toda a diferença para quem participa: “Estarmos juntos nesta jornada é algo indescritível. Só participando para saber. É uma oportunidade de intercâmbio e uma troca de experiência muito rica para qualquer artista. A gente apresentou nosso trabalho e assistimos ao trabalho dos outros grupos".

Essa é a riqueza que temos como aprendizado”.

O ator lembrou que esta é sua segunda experiência em encontros de grupos de teatro de países da língua portuguesa. “Estive, em 2003, em Coimbra, em Portugal, e foi tão bom quanto está sendo aqui. A gente conversa sobre arte no hall do hotel, no teatro, no ônibus, na rua, enfim, a gente respira arte”.

Já o ator Celso Gaspar, de São Tomé e Príncipe que integra o grupo Cerrar Só disse: ”Como também estive em Coimbra, Portugal, em 2003, aqui no Brasil é uma experiência renovada. É sempre bom estar no calor de outra terra para conhecer sua cultura e mostrar a nossa. No fundo há coisas que são comuns a todos. Mas mesmo através das diferenças a gente encontra algum ponto em comum”, ressaltou.


Celso que esteve no Brasil pela primeira vez exaltou a oportunidade de conhecer outros atores como uma enorme contribuição ao próprio grupo e a experiência adquirida ajuda a divulgar o seu trabalho e o seu país. Disse: "Tem gente que nunca ouviu falar de São Tomé e Príncipe. Por isso, ajoelho no mapa e mostro com satisfação o meu país”.

O ator Paulo Duarte, um dos representantes de Portugal, e integrante do Grupo Arte Pública, trouxe uma produção própria, intitulada “Mistério Cômico”.


“São cinco pequenas histórias, recolhidas de um local específico em Portugal, onde pessoas mais velhas se recusam a deixar de viver e promovem saraus poéticos. Os textos são adaptados e se transformam numa comédia, mas não tem figurino. É só voz e a performance do corpo”, explica.

A magia do festival tomou conta do ator português que ressaltou o intercâmbio e o aprendizado que o festival oferece. "Ao assistirmos os outros países vemos que há situações e muita coisa em comum, mas as diferenças sociais ficam nas entrelinhas”.


Como exemplo citou um trabalho de Cabo Verde, que mostrado aqui é uma coisa, mas que, a seu ver, para os portugueses seria um pouco ousado.

A intensidade com que Paulo Duarte falou da sua experiência neste grande intercâmbio é mais que um testemunho de cumplicidade com a arte. “Vemos as diferenças, as igualdades, mas estamos falando da nossa arte, da interpretação que vai além do que se vê no palco. E com isso ganhamos mais experiência”, afirma.


http://www.africa21digital.com/noticia.kmf?cod=7638412&indice=0&canal=403









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