Primeira-dama de Angola estava entre os participantes
Luanda – Especialistas nacionais e internacionais, académicos e parceiros da saúde estiveram reunidos nos dias 10 e 11 de Novembro para debater formas de melhorar o diagnóstico e tratamento da Drepanocitose (Anemia por células falciformes) em crianças, jovens e adultos em bases científicas, assim como um maior apoio ás famílias afectadas. Dados do Hospital Pediátrico de Luanda indicam que uma em cada 100 crianças em Angola sofre de falciformação.
O simpósio teve a participação da Primeira-dama de Angola, Sr.ª Ana Paula dos Santos, da Vice-ministra da Saúde, Drª Evelize Fresta, do Representante da OMS em Angola, Dr. Diosdado Nsue-Milang, de técnicos nacionais de medicina e biologia, além de parceiros internacionais do sector da saúde em Angola.
A participação da Primeira-dama de Angola neste simpósio internacional testemunhou o empenho das autoridades nacionais na melhoria da saúde infantil e na prossecução dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. O evento contou igualmente presentes especialistas da Jamaica, França e Portugal e de parceiros como a OMS e o UNICEF.
Dentre os temas abordados destacaram-se a experiência do Hospital Pediátrico de Luanda no tratamento da drepanocitose; Estudo dos factores de risco em doentes internados e Estratégias dos cuidados ao doente drepanocitico em populações com alta prevalência, com foco para as inter-relações com a nutrição, paludismo e hemoglobinopatias ainda mal estudadas.
A falta de tecnologia necessária para os estudos da drepanocitose e as debilidades das estruturas curativas de apoio, assim como a falta de auxílio social às famílias são alguns dos pontos fracos identificados em Angola para a prevenção e o controlo da falciformação.
A drepanocitose é uma patologia genética em que os glóbulos vermelhos contêm uma estrutura anormal de proteína que transporta o oxigénio (Hemoglobina S), que faz com que os glóbulos se tornem duros, viscosos e em forma de “quarto crescente” ou banana, tornando-se frágeis e susceptíveis de serem facilmente destruídos.
Ao invés dos glóbulos vermelhos normais, que são normalmente macios e elásticos, os glóbulos falciformes não podem passar pelos pequenos vasos sanguíneos (capilares sanguíneos). Consequentemente causam bloqueios e privam os órgãos vitais de irrigação sanguínea e de oxigénio, resultando numa deterioração crónica e lenta dos vários órgãos, culminando com sintomatologia recorrentes de dores articulares, anemia, infecções graves e danos nos órgãos vitais.
Segundos dados da sede regional africana da OMS, a prevalência da drepanocitose na região varia entre 10% e 40% na população. As principais áreas de actividade para o seu controlo contemplam a advocacia; a prevenção e o aconselhamento; a detecção precoce, a recolha de dados, a vigilância e a investigação; a educação comunitária e as parcerias.
Dentre os especialistas internacionais presentes em Luanda destacaram-se o Dr. Graham Serjeant, ex-director dos laboratórios de pesquisa médica da Jamaica, Dr. Jacques Elion, professor de bioquímica e biologia molecular da Universidade de Diderot, Paris, e director de pesquisa do Instituto Nacional de saúde e pesquisa médica de França (INSERM); Prof. João Lavinha, investigador do Instituto Ricardo Jorge de Lisboa, Portugal, e a Drª Isabel Picanço, responsável do Laboratório de Hemoglobinopatias e do Departamento da promoção da Saúde e Doenças Crónicas do mesmo Instituto.
Elaborado pelo Escritório da Representação da OMS em Angola.
Para mais informações os interessados queiram por favor contactar a OMS em Luanda, Angola, Rua Major Kahangulo 197, 7 andar, em Luanda, ou os telef: (244) 222 395 701 Fax: (244) 222 332314 - E-Mail: wr@ao.afro.who.int
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