Sob o sol de quase meio-dia em Luanda, duas equipes de futebol se preparavam para jogar: Cazenga contra Viana.
O calor não parecia assustar a ninguém, nem mesmo aos 350 jovens e crianças que aguardavam pelo início do jogo.
A partida era uma das actividades de lançamento do programa Desposida, que aposta na união entre o desporto e a não-violência na luta contra o HIV e SIDA.
Uma iniciativa da ONG Cuidados da Infância, do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) e do Ministério da Saúde de Angola, o programa usa o desporto como forma de ensinar conceitos de camaradagem e não-violência, conhecido como fair play, e difundir informações sobre HIV e SIDA.
“Queremos que os jovens estejam mais conscientizados sobre os riscos do HIV e a violência e a delinqüência juvenil sejam reduzidas”, disse Arnaldo Camolacongue, director executivo da ONG Cuidados da Infância.
A organização trabalha com mudança de comportamentos de jovens em relação ao sexo seguro e sensibilização de mães em relação à saúde dos bebês e crianças.
Com o auxílio de organizações locais, os eventos do Desposida acontecerão todos os sábados.
Serão jogos de futebol, basquete e andebol, seguidos de shows musicais de hip-hop e kuduro e peças de teatro – tudo para atrair a atenção dos jovens. Materiais informativos sobre infecções de transmissão sexual, incluindo o HIV, e preservativos serão distribuídos gratuitamente em tendas montadas ao redor das quadras.
Activistas estarão disponíveis para esclarecer eventuais dúvidas. Algumas celebridades já compraram a ideia. Artistas como o cantor Yannick Afroman, fenômeno entre a juventude angolana, participará dos eventos, intercalando música com informação sobre prevenção ao HIV e combate ao estigma.
O próprio lançamento do Desposida mostrou que existe abertura e aceitação para um programa assim: muitos adolescentes já estavam com panfletos nas mãos durante a partida de futebol. Um deles era Nelson Manoel, 14 anos, que levava cartazes para casa para entregar a sua mãe. Segundo ele, “a SIDA é uma doença muito grave e contagiosa”.
Já a pré-adolescente Natália Amaro, 12 anos, estava lendo um panfleto sobre HIV, quando foi perguntada acerca do que havia aprendido naquele dia. A resposta foi simples e directa: “Tem que usar camisinha!”
Mais informações: http://www.plusnews.org/pt/Report.aspx?ReportId=83108
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