Insultados pela comunidade, abandonados pela família, sem oportunidades de emprego e condenados pela igreja, até nos centros de saúde estes pacientes são descriminados. O preconceito é sempre maior em relação às mulheres.
O plano nacional estratégico de combate à SIDA de 2005-2009, que visa promover e proteger os direitos humanos dos portadores de HIV, ainda não conseguiu transformar seus princípios em legislação. A primeira lei de proteção a pessoas vivendo com HIV foi aprovada em 2002 mas cobre somente a descriminação no local de trabalho.
Uma proposta para uma legislação mais compreensiva foi submetida em 2005 pela rede moçambicana de organizações de combate ao HIV/SIDA (MONASO).No entanto este documento ainda se encontra em revisão e debate pelo parlamento moçambicano. Em 2007 um grupo de pessoas HIV-positivo da região de Machaze fundaram a organização Tchitenderano ("acordo" no idioma Ndau) e lançaram uma campanha contra o estigma e descriminação no seu distrito, onde a prevalência de HIV é um pouco mais elevada que a média nacional de 16 por cento. Este grupo já ajudou mais de 3 000 pessoas.
Para tentar enfrentar o problema Tchitenderano tem 25 ativistas que dão palestras em diversas instituições públicas e educam a população sobre o HIV e outros assuntos de saúde sexual e reprodutiva. Os ativistas também visitam instituições de saúde, encorajam os pacientes a aderir ao tratamento anti-retroviral (ARV) e providenciam tratamento domiciliar.
Samuel Doris Campira, presidente do Tchitenderano, diz que a organização está lentamente a ajudar o distrito a libertar-se do estigma e descriminação: "Apesar das campanhas e da legislação, o estigma ainda é muito grande. Mas com o tempo, informação e paciência, acredito que as comunidades irão eventualmente mudar as suas atitudes".
Noticia veiculada em: http://www.plusnews.org/
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