sexta-feira, agosto 06, 2010

Pepetela: Com Angola no sangue e na escrita

Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudônimo de Pepetela é um escritor angolano reconhecido por suas diversas obras que refletem a história contemporânea de seu país e os problemas que esta sociedade enfrenta.


Descendente de uma família portuguesa, Pepetela nasceu em 1941 na cidade angolana de Benguela. Aos 17 anos, deixou a terra das ‘acácias rubras’ rumo à capital portuguesa para iniciar o curso de engenharia do Instituto Superior Técnico. No entanto, logo percebeu que sua verdadeira vocação era a literatura e foi então transferido para o curso de letras em 1961.

Dois anos mais tarde, em 1963, Pepetela fez a opção política que viria mudar o rumo da sua vida e marcar toda a sua obra: tornou-se militante do Movimento Popular para a Libertação de Angola – o MPLA.
Integrou-se ainda como um assíduo membro da Casa dos Estudantes do Império, em Lisboa, local que reunia os que ansiavam pela independência das colônias. Mas naturalmente naquele período, foi perseguido e teve que exilar-se na França e na Argélia e em Argel, formou-se em Sociologia.


Com a Independência de Angola em 1975, foi nomeado Vice-Ministro da Educação, no governo de Agostinho Neto, onde permaneceu no cargo por sete anos.

Em 1982, aposentou-se para se dedicar-se exclusivamente à sua escrita.


Pepetela foi ganhando reconhecimento no mundo de língua portuguesa e em 1997 recebeu o Prêmio Camões pelo conjunto da sua obra e, em 2002 foi galardoado com a Ordem do Rio Branco, no Brasil.


Desde 1984, Pepetela é professor na Universidade Agostinho Neto, em Luanda, e tem sido dirigente de associações culturais, tais como a União dos Escritores Angolanos e a Associação Cultural e Recreativa Chá de Caxinde.


Pepetela escreveu alguns romances baseados no antes e no pós guerra mas, a partir do ano 2000, o seu estilo ganhou um cunho mais satírico com crítica à situação atual em Angola.


O seu livro mais recente (2009) intitula-se “O Planalto e a Estepe” e conta a história de um amor proibido entre um estudante angolano e uma jovem mongol, nos anos 60, em Moscou. O livro trata de política internacional, guerra, solidariedade e amor numa rota que liga um ponto perdido em África e outro em Ásia, passando pela Europa e até por Cuba. Uma viagem no tempo e no espaço de uma geração cansada da guerra.
Para consultar mais informações sobre este autor, visite a página eletrônica:

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