sexta-feira, agosto 20, 2010

Andorinha em Canchungo

Segundo António Alberto Alves, criador do BLOG Andorinha em Canchungo, no recenseamento de 1979 ficou demonstrado que somente 5% da população da Guiné Bissau falava português. Em 1991, este número subiu para 10%, mas infelizmente não existem estudos mais recentes sobre o assunto. No entanto, segundo Antonio, é evidente que a situação da língua portuguesa na Guiné-Bissau em nada se compara com os outros países Africanos de língua portuguesa. Basta circular pelas ruas de Bissau para se perceber que pouca gente fala o português.


Segundo o ethnologue (http://www.ethnologue.com/), falam-se 22 línguas na Guiné Bissau e muitas são somente faladas não tendo representatividade escrita.

Mas "o português, por ser o idioma oficial do país é também o idioma do ensino nas escolas. É também a língua de produção literária, da imprensa escrita, da legislação e administração do governo. Deparamo-nos, então, com este paradoxo: tudo está escrito em português, mas uma parcela esmagadora da população não domina a língua. As crianças são alfabetizadas numa língua que não ouvem, nem em casa nem na rua, e só quando nos comunicamos com a elite política e intelectual guineense é que conseguimos estabelecer uma comunicação em português. O grande problema da língua portuguesa neste país é, a meu ver, não passar da escrita para a oralidade".

Antonio Alberto Alves

Sendo sociólogo, estas questões sempre chamaram a atenção de Antonio que logo percebeu que o rádio seria o único meio de comunicação que poderia alcançar um maior número de guineenses e então apostou em programas radiofônicos para divulgar a língua portuguesa em seu país; em suma, uma aposta na oralidade, segundo ele mesmo diz.

Assim nasceu o "Projecto Andorinha". Um aposta na promoção da língua e cultura em língua portuguesa – um intercâmbio de escolas portuguesas e escolas no sector de Canchungo, região de Cachéu na Guiné-Bissau.


A região de Cachéu é constituída por seis setores administrativos onde habitam diversas etnias, tais como os Felupes, Mancanhas, Papéis, Balantas entre outros. Mas ao sul do rio Cacheu vive a maioria de povo Manjaco. Os Manjacos são migrantes e com o Projecto Andorinha, Antonio se propõe a construir uma rota de solidariedade e intercâmbio entre Portugal, Europa e a região de Cachéu na Guiné-Bissau num esforço para melhorar o dia-a-dia e o bem-estar das populações envolvidas..

Andorinha é também o nome de um programa da Rádio Comunitária Uler A Baand em Canchungo para a região de Cachéu e que promove este projeto.

Vale a pena ver o BLOG Andorinha em Canchungo e viver a realidade de Antonio e da Guiné Bissau.

Abaixo algumas das notícias para atrair sua atenção.




Mas há muito mais....

 

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