Em 1905, realizou a primeira campanha de profilaxia contra a malária em Itatinga, interior do estado de São Paulo/Brasil e em pouco tempo conseguiu controlar o surto da doença. Esta foi a primeira campanha antimalárica bem sucedida na história da doença. Seu método consistia em observar e descrever minuciosamente a transmissão intra-domiciliar da malária.
O resultado desse trabalho serviu de base para o efetivo combate à malária no mundo inteiro.
Em 1906, ingressou no Instituto Oswaldo Cruz.
No ano seguinte, foi enviado por Oswaldo Cruz, junto com Arthur Neiva, para combater uma epidemia de malária em Xerém, na Baixada Fluminense no estado do Rio de Janeiro/Brasil, e no final de 1907 viajou para Lassance, às margens do Rio São Francisco no estado de Minas Gerais, onde instalou seu laboratório num vagão de trem, pois a malária devastava o acampamento dos trabalhadores da Agencia Ferroviaria Brasileira.
Os barbeiros alojavam-se nas paredes de pau-a-pique das casas, e Carlos Chagas batizou este novo parasita de Trypanosoma cruzi, em homenagem a Oswaldo Cruz.
Suas pesquisas o levaram a verificar que o parasita era patogênico para animais e descobriu sua presença em animais domésticos.
Ao mesmo tempo, Carlos Chagas já havia detectado alterações patológicas inexplicáveis nos habitantes da região, especialmente nas crianças e começou a pesquisar a relação entre este novo parasita e as condições precarias de vida daquela população.
Mas a grande reviravolta em sua investigação se deu em 23 de abril de 1909, quando descobriu pela primeira vez, o parasita em plena fase aguda, no sangue de uma menina de três anos. Estava descoberta a Doença de Chagas.
O trabalho de Carlos Chagas é único na história da medicina já que pela primeira vez, um único pesquisador foi responsavel pela descoberta de um agente patogênico, pelo seu estudo e pela descrição da patologia.
Carlos Chagas também foi o primeiro a salientar a importância social desta nova doença, entre as endemias que assolavam o Brasil naquela época.
A repercussão de sua descoberta foi enorme, tanto no Brasil quanto no exterior e a Academia Nacional de Medicina do Brasil fez de Carlos Chagas seu membro extraordinário, já que, naquele momento, não havia vaga disponível.
"Nunca até então, se tinha feito um descobrimento tão complexo e brilhante e o que é mais importante, por um só pesquisador". Oswaldo Cruz
Carlos Chagas também recebeu o prêmio Schaudinn em julho de 1912, uma homenagem do Instituto de Doenças Tropicais de Hamburgo na Alemanha, conferido pelo melhor trabalho sobre protozoologia realizado até então, e que só havia sido dado ao Parasitologista Checo Prowaseck.
Sua obra não se restringiu somente à Doença de Chagas. Ele foi o primeiro a descrever as lesões da medula óssea na malária, a descobrir novos e importantes transmissores de doenças e a revolucionar sua época ao dizer que a malária era uma infecção domiciliar, fato comprovado com o sucesso de suas campanhas.
Em 1917, após a morte de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas assumiu a direção do Instituto de Manguinhos.
No ano seguinte, Carlos Chagas foi chamado pelo governo brasileiro para chefiar a campanha contra a epidemia de gripe espanhola, que assolava o Rio de Janeiro.
Criou diversos serviços especializados de saúde, como o de higiene infantil, de combate às endemias rurais, à tuberculose, à hanseníase, às doenças venéreas.
Em menos de um século, Carlos Chagas descobriu, estudou e controlou diversas endemias em grande parte da Amerca Latina.
Um extraordinario sucesso na historia da saúde pública brasileira e mundial.
Fonte: http://www.fiocruz.br/
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