A África tem uma incrível diversidade cultural e um património humano inestimável, fruto da confluência de alguns dos povos e civilizações mais antigas e que receberam diversas influências recebidas de outros países.
Aqui cresceram ou passaram grandes civilizações como os Egípcios dos faraós, os Persas de Alexandre, o Grande, os Gregos, os Romanos e os Muçulmanos que se misturaram com os primeiros habitantes do continente.
Séculos mais tarde, foi a época das colonizações pelas potências europeias como Alemanha, Espanha, França, Portugal, Bélgica, Holanda e Grã-Bretanha que por sua vez traziam outros povos como os Indianos que foram habitar as colônias inglesas na África.
Cada povo trazia um modo de vida, uma comida, uma crença, um jeito próprio de viver que aos poucos foram se misturando e enraizando com a África.
A África exibe muitas cores de pele, religiões e crenças, línguas e dialetos, costumes e tradições que refletem os diferentes povos que habitam suas terras.
Mesmo sendo tão diversa, ainda consegue manter uma integridade comum como a espiritualidade, a música, a comida, o agregado familiar e o casamento, para citar apenas alguns.
A religião é uma parte muito importante da cultura africana. No centro desta tradição encontra-se a crença num Ser Supremo, conhecido por diferentes nomes e com diferentes representações entre seus vários povos e grupos.
Existe uma profunda reverência e respeito aos antepassados e mais sábios que, mesmo depois da morte, se crêem presentes e ativos nas vidas des seus descendentes.
As crenças traduzem-se em diversos ritos de passagem, especialmente em sacrificios físicos que se tornam eternos vistos nos rostos de muitos, jamais negando sua origem. Assim como a narração de contos e lendas, passadas de geração a geração não deixando ninguém esquecer de sua história, de sua origem, do seu passado.
A religião predominante em Africa é o Islamismo, seguido do Cristianismo, que convivem lado a lado com as religiões tradicionais africanas e em menor escala com o Hinduísmo, o Baha'i e o Judaísmo.
Entre os povos e grupos étnicos africanos destaca-se o povo Maasai, do Quénia e Tanzânia. Povo semi-nómado com uma sociedade patriarcal e moniteísta que acredita num Deus supremo, Engai. Utilizam como línguas o Swahili e o Inglês, embora a sua língua principal seja o Maa.
Os Beduínos, "aqueles que vivem no deserto", predominantemente Árabes e tradicionalmente ligados à criação de camelos.
Característicos de regiões do norte de África, como o Egito ou o Sudão, organizam-se em tribos ou clãs e de acordo com hierarquias de lealdade segundo o parentesco.
Também no Norte de África habita o povo Berbere, muito heterogéneo e falante da língua Berbere, mas também de outras variantes de Árabe ou até mesmo Francês. Predominam hoje, sobretudo, no Egito, Marrocos, Argélia, Líbia, Mali e Nigéria.
Apelidados pelos Árabes de "abandonados por Deus", devido à sua resistência inicial ao Islamismo, praticam hoje esta religião.
Falam quatro dialetos que distinguem as diferentes etnias dentro do povo Tuareg, sendo o principal o Tamajaq. São conhecidos como guerreiros de reputação feroz, comerciantes (sobretudo de produtos de luxo) e viajantes do deserto do Saara.
Na África do Sul são os Zulu, "povo do Céu", do grupo Bantu, o maior grupo étnico, com mais de 10 milhões de pessoas, embora habitem também no Zimbabwe, Zâmbia e Moçambique. Falam sobretudo o Zulu e são, na sua maioria, cristãos, ainda que mantenham, frequentemente, as suas crenças de culto mais antigas. Os Zulu crêem, por exemplo, que todas as adversidades resultam de algum feitiço, "mau olhado" ou ofensa aos espíritos.
O Amhara é a primeira língua de cerca de 27 milhões de pessoas.
A religião tem um papel muito importante, predominando o cristianismo embora também exista uma minoria Islâmica (18,1%) e ortodoxa.
Na cultura Amhara, é tradição a mãe e a criança permanecerem em casa durante 40 dias após o nascimento de um rapaz ou 80 dias, caso se trate de uma menina, antes de se realizar o batismo.
Nos casamentos realizados pela igreja não pode existir divórcio.
Os Fulani encontram-se na África Ocidental, espalhados por dez países, entre os quais Níger, Mali e Camarões. São um grupo étnico muito vasto, que inclui vários grupos, e falam primariamente o Fulfulde, assim como Hausa e Tamajaq (de forma menos significativa). Praticam o Islamismo e são, originalmente, um povo nómada ligado ao pastoreio e comércio.
Entre os Fulani, o número de cabeças de gado que uma pessoa possui serve de medida à sua riqueza. São um grupo muito orgulhoso e encontram-se organizados segundo um sistema de quatro castas: nobreza, comerciantes, ferreiros e descendentes de escravos dos Fulani mais abastados. A beleza assume grande relevância para os Fulani, tal como a coragem e ausência de medo.
A comida africana é tão diversificada como os grupos étnicos existentes.
A base dos alimentos são os cereais, frutas e vegetais característicos de cada região e, em alguns locais, leite e carne.
Na África Central, são comuns a mandioca, o amendoim e a banana-da-terra, enquanto que na África Oriental são mais utilizados o milho e a banana verde; as especiarias e a romã (herdadas da cozinha árabe); o caril e as lentilhas (trazidos pelos Ingleses da Índia) e vários frutos e legumes, pimenta e o porco (trazidos pelos Portugueses).
Na Eritreia, Etiópia e Somália são pratos típicos os tsebhis (guisados), servidos com injera (tipo de pão) e hilbet (pasta feita de legumes como lentilhas), assim como o xalwo (espécie de pão doce com especiarias).
Nestes países é comum as pessoas comerem à mesa de um mesmo prato colocado no centro.
No Norte de África são conhecidos os couscous, as especiarias como a canela, gengibre e noz-moscada e uma pastelaria muito particular, à base de açúcar e amêndoa.
No Sul de África a comida é mais heterogénea. Alguns dos pratos e comidas típicas incluem fufu (espécie de massa consistente feita de vegetais como mandioca), arroz Jollof, suya (género de kebab de carne grelhada picante vendido nas ruas), vários tipos de feijão, entre outros.
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