Conto dos sete pares de sapatos
1ª versão
Conta-se que num reino distante havia um rei que tinha uma filha que estragava sete pares de sapatos todas as noites.
Para desvendar o mistério, o rei prometeu que quem descobrisse o motivo deste fato, teria permissão para casar com a princesa e receberia metade de seu reino.
Mas quem se aventurasse e falhasse em sua missão, seria condenado à morte.
Muitos tentaram sem sucesso…
Um dia, um rapazinho pobre da cidade resolveu tentar a sua sorte e pediu à mãe que lhe fizesse três pães para a viagem. A mãe, muito preocupada, envenenou os pães, pensando: "Prefiro que ele morra no caminho do que seja cruelmente morto pelo rei".\
No caminho, o rapaz encontrou um homem que, faminto, lhe pediu um pão e, em agradecimento, abençoou a sua generosidade. Era Santo António!
Continuando o seu caminho, encontrou mais à frente uma mulher que também lhe pediu um dos seus pães e, em troca, lhe deu uma capa que o tornava invisível. Era a Virgem Maria!
Por fim, quase a chegar ao castelo, encontrou um velho que lhe pediu o último pão e, em retorno, deu-lhe um chicote. Era Deus!
Chegado ao seu destino, o rei pediu-lhe que dormisse aquela noite no quarto ao lado do da princesa. No entanto, em vez de dormir, o rapaz colocou a capa que o tornava invisível e pé ante pé, entrou no quarto da princesa.
Sem ser visto, viu a princesa tirar seis pares de sapatos do armário e sair, sorrateiramente, do quarto. O rapaz a seguiu pela escadaria abaixo até deixarem o castelo de encontro a um arbusto de ouro.
Sem ser visto, viu a princesa tirar seis pares de sapatos do armário e sair, sorrateiramente, do quarto. O rapaz a seguiu pela escadaria abaixo até deixarem o castelo de encontro a um arbusto de ouro.
- Boa noite, arbusto de ouro!! - disse a princesa.
- Boa noite, princesa, e boa noite para o teu amigo! - respondeu o arbusto.
- Eu estou sozinha - disse a princesa e, baixando-se, apanhou uma flor. O rapaz, escondido atrás da capa, fez o mesmo.
- Boa noite, princesa, e boa noite para o teu amigo! - respondeu o arbusto.
- Eu estou sozinha - disse a princesa e, baixando-se, apanhou uma flor. O rapaz, escondido atrás da capa, fez o mesmo.
A seguir chegou a um arbusto de prata, depois a um de cobre e todas as vezes repetia que estava sozinha. Em cada arbusto, primeiro ela e depois o companheiro invisível apanhavam uma flor.
A princesa saltou então para um cavalo branco e atravessou um rio. O rapaz utilizou seu chicote e chegou à outra margem do rio antes dela. Andaram e chegaram a um palácio cheio de monstros que dançavam pela noite fora!
A princesa dançou uma valsa e gastou o primeiro par de sapatos; depois dançou uma mazurca, uma música escocesa, uma morna, uma contradança, um tango e uma sarabanda até gastar os sete pares de sapatos.
No fim da noite, montou em seu cavalo e retornou ao castelo.
O rapaz utilizou seu chicote uma vez mais e chegou ao castelo antes da princesa. Correu para seu quarto e deitou-se. A princesa espreitou para dentro do quarto, viu o rapaz a dormir e pensou que o seu segredo estava bem guardado.
De manhã, o rei perguntou ao seu hóspede. - "Rapaz, sabes porque minha filha utiliza 7 pares de sapato a cada noite"?
E o rapaz respondeu: - Sim majestade! - E para provar o que dizia mostrou-lhe as flores dos arbustos de ouro, de prata e de cobre.
O rei, atónito, deu-lhe a mão da princesa em casamento. O rapaz, contudo, recusou dizendo que não se casaria com alguém que dança com monstros. No entanto, pediu ao rei metade do seu reino para ele e a mãe pudessem viver com tranquilidade, felizes e sem pobreza para o resto dos seus dias!
(Uma história clássica de Cabo Verde, publicada no "Terra do Nunca", ano IV, nº 296)
Conto dos sete pares de sapatos
2ª versão
Seu pai, o rei, considerava um absurdo tal gasto. Principalmente pelo fato de que, à noite, a princesa deveria estar dormindo em seu quarto.
Resolvido a esclarecer o mistério, prometeu a mão de sua filha ao homem que descobrisse o que estava ocorrendo. E àqueles que tentassem, mas não tivessem sucesso, a esses o rei prometeu que os mataria.
Joãozinho, um rapaz que vivia correndo o mundo em busca de aventuras, soube do mistério e se propôs a solucioná-lo. Apresentou-se ao rei e pediu para dormir em um quarto próximo ao da princesa.
Quando anoiteceu e todo o castelo parecia dormir, Joãozinho foi olhar pela fechadura do quarto da princesa. Assim que bateu meia-noite, a princesa
chamou: “Calicote! Calicote!”.
Resolvido a esclarecer o mistério, prometeu a mão de sua filha ao homem que descobrisse o que estava ocorrendo. E àqueles que tentassem, mas não tivessem sucesso, a esses o rei prometeu que os mataria.
Joãozinho, um rapaz que vivia correndo o mundo em busca de aventuras, soube do mistério e se propôs a solucioná-lo. Apresentou-se ao rei e pediu para dormir em um quarto próximo ao da princesa.
Quando anoiteceu e todo o castelo parecia dormir, Joãozinho foi olhar pela fechadura do quarto da princesa. Assim que bateu meia-noite, a princesa
chamou: “Calicote! Calicote!”.
E de dentro do baú guardado sob a cama, Joãozinho viu sair um diabinho que gritava: “É a hora! É a hora, princesa!”.
A princesa pegou seis pares de sapato, colocou-os no baú, vestiu-se e, acompanhada do diabo, subiram a uma carruagem. E antes que partissem, Joãozinho instalou-se na traseira do veículo.
Passaram por terras estranhas, campos de flores de bronze, de prata, de ouro, de diamante. Joãozinho ia apanhando uma flor de cada tipo, como prova da viagem, e guardando-as no bornal.
Passaram por terras estranhas, campos de flores de bronze, de prata, de ouro, de diamante. Joãozinho ia apanhando uma flor de cada tipo, como prova da viagem, e guardando-as no bornal.
Finalmente, chegaram a um palácio iluminado, cheio de criados, músicos e convivas. Primeiro, todos se sentaram à mesa do banquete – e Joãozinho, escondendo-se sob a mesa, pegou alguns ossos de peru que caíam dos pratos.
Quando a música começou a tocar, teve início o baile. A princesa dançava freneticamente. E, a cada dança, estragava um par de sapatos.
Quando a música começou a tocar, teve início o baile. A princesa dançava freneticamente. E, a cada dança, estragava um par de sapatos.
Calicote, divertindo-se com tudo, pegava os pares estragados e jogava-os a um canto. Enquanto isso, sem que percebessem, Joãozinho escondia no bornal um pé de cada par destruído.
Quando iam bater duas horas, a princesa disse: “Calicote! É a hora!”. “Sim, princesa! Partamos!”, respondeu o demônio.
Quando iam bater duas horas, a princesa disse: “Calicote! É a hora!”. “Sim, princesa! Partamos!”, respondeu o demônio.
E voltaram pelo mesmo caminho. Chegando ao palácio, o diabinho retornou ao baú, que foi escondido sob a cama, e a princesa dormiu.
Assim que amanheceu, Joãozinho apresentou-se diante do rei e disse ter a solução do mistério.
Assim que amanheceu, Joãozinho apresentou-se diante do rei e disse ter a solução do mistério.
Pediu ao soberano que providenciasse um banquete com a presença do bispo e da princesa. Iniciado o banquete, Joãozinho aguardou a hora da sobremesa.
Nesse momento, levantou-se e disse: “Há nos jardins deste castelo flores de bronze, de prata, de ouro e de diamante?” – e ia retirando do bornal cada exemplar colhido durante a viagem. “Alguém comeu peru no jantar de ontem neste castelo?” – e mostrou os ossos que catara sob a mesa.
A princesa ia ficando cada vez mais pálida, até que Joãozinho mostrou os sapatos que trouxera, fazendo-a desmaiar. Então, correu até o quarto e voltou de lá com o baú. “Senhor bispo, por favor, benza este baú”, disse o herói. Assim que o bispo fez o que Joãozinho pedira, o baú deu um estouro, espalhando pelo ar um insuportável cheiro de enxofre.
Nisso, a princesa voltou a si e exclamou, cheia de alegria: “Graças a Deus estou livre!”. Joãozinho acabara de libertar a princesa do feitiço que certa bruxa, invejosa de sua beleza, lhe colocara quando ainda era menina.
O rei, cumprindo a promessa, casou a princesa com Joãozinho – e eles foram felizes para sempre.
Nisso, a princesa voltou a si e exclamou, cheia de alegria: “Graças a Deus estou livre!”. Joãozinho acabara de libertar a princesa do feitiço que certa bruxa, invejosa de sua beleza, lhe colocara quando ainda era menina.
O rei, cumprindo a promessa, casou a princesa com Joãozinho – e eles foram felizes para sempre.
Quais das versões você prefere????
6 comentários:
A segunda versão
Gostei mais da segunda. Prefiro finais romanticos felizes .
Na primeira versão podemos trabalhar valores humanos. Exemplo quando Joaozinho pensa em oferecer uma vida melhor a mãe dele e quando desaprova a atitude da princesa e não aceita casar-se com ela.
A segunda versão, Joãozinho é esperto, e consegue desvendar um mistério que já durava muito tempo e ainda consegue que o bispo quebre um feitiço, ou seja a princesa não tinha noção, pois como toda bruxa é invejosa.
Segunda, gostei da esperteza de Joãozinho.
Quando criança minha mãe contava esta estória p mim hoje com 58 anos tenho um filho alcoólatra que as vezes passa a noite na rua e todas as vezes que isso acontece eu me lembro de tudo não tenho explicação para isso só sei que e muito estranho, mas eu creio que Deus pode livrar meu filho assin como aconteceu na segunda estoria
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