terça-feira, julho 30, 2013

Monumentos Tombados pela UNESCO no Brasil - Parte II - Minas Gerais


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Continuando nossa série sobre os monumentos tombados pela UNESCO no Brasil, seguimos com os monumentos da Região Sudeste que é composta pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espirito Santo.

Nesta região há cinco sitios reconhecidos como patrimônio mundial da humanidade. 


1) A cidade histórica de Ouro Preto,  

2) O Santuário de Bom Jesus de Congonhas
3) O centro histórico de Diamantina
Estes três no Estado de Minas Gerais.

4) A paisagem entre a montanha e o mar na cidade do Rio de Janeiro


5) A reserva florestal da Mata Atlantica no Estado de São Paulo e Paraná (na Região Sul).


NOTA: Apesar das reservas florestais da Costa Atlantica incluirem o Estado do Espirito Santo, esta reserva será apresentada na terceira parte. 


Hoje vamos apresentar somente os monumentos tombados e as atrações do Estado de Minas Gerais. 


Os outros monumentos da região Sudeste serão apresentados em posts seguintes.


Cidade Histórica de Ouro Preto 


Ouro Preto localiza-se na Serra do Espinhaço no sudeste do Estado de Minas Gerais.


Segundo consta, numa expedição do bandeirante Duarte Lopes entre 1693 e 1698, seus homens notaram uma quantidade enorme de “pedrinhas escuras” que se encontravam no fundo do Rio Tripuí.

A amostra foi enviada ao Governador do Rio de Janeiro que já havia recebido outras pedras similares. Curioso, mandou analisa-las e verificou-se que se tratava do mais puro ouro coberto por uma camada fina de óxido de ferro. 

Ao constatar o seu valor, deu-se inicio a uma enorme corrida do ouro.

O Bandeirante Antonio Dias foi o primeiro a chegar em 1698, ele estabeleceu-se e fundou um pequeno arraial.

30 anos depois a cidade já tinha 40.000 pessoas. A maior aglomeração em toda a América latina na época. 

Com tantos interesses diferentes, não tardou muito para que alguns conflitos se estabelecessem. Entre 1707 e 1709, a Guerra dos Emboabas entre paulistas e portugueses mostrava que os dois lados defendiam seus direitos legítimos sobre as minas e reivindicavam a concessão exclusiva das terras.

Ainda em 1709, foram criadas as Capitanias de São Paulo e Minas de Ouro. 

Dois anos mais tarde, os núcleos de Ouro Preto, Antônio Dias, Ouro Podre e Padre Faria foram elevados a categoria de Vila. 

Nascia assim a cidade de Vila Rica de Albuquerque.

Em Minas, a ambição dos mercadores, artesãos, engenheiros, advogados, clero, nobres, médicos, poetas e até serviçais era a locomotiva da cidade e o ouro o seu combustível.

Minas crescia como em nenhuma outra parte do Brasil e em 1720 tornou-se uma capitania autônoma, e a capital, claro, Vila Rica. Encontrava-se ouro como em nenhum outro lugar.

Mas em 1750, o ouro começou a escassear. 
A Coroa portuguesa intensificou a fiscalização combatendo fortemente o grande contrabando forçando os mineradores a garantirem as cotas estabelecidas pelos impostos. 
 Praça Tiradentes e
Museu da Inconfidència

Esta forte opressão dos portugueses culminou com o movimento da “Inconfidência Mineira”, ou movimento considerado o precursor da independência do Brasil 
A partir de então, o Brasil não seria mais o mesmo.

Em 1822, o Brasil tornou-se independente de Portugal, pelas mãos de D. Pedro, o príncipe regente que se tornou o primeiro imperador do Brasil.

Em 1823, Vila Rica tornou-se Cidade Imperial de Ouro Preto e permaneceu como capital da província de Minas gerais até 1897, quando Belo Horizonte, a atual capital do estado, foi inaugurada.

Ouro Preto foi o primeiro lugar no Brasil a ser tombado pela UNESCO em 1980. Mas a cidade já tinha sido considerada património estadual em 1933 e monumento nacional em 1938.


Caminho do Ouro
Caminho do Ouro

A Estrada Real ou Caminho Velho possui mais de 1400 km e existe até hoje.

Foi construída no século XVII com o intuito de ligar Ouro Preto diretamente ao Porto de Parati no Estado do Rio de Janeiro e desta forma enviar todas as mercadorias e principalmente o ouro diretamente à Portugal.

No século XVIII a necessidade de um caminho mais seguro e rápido até ao porto fez com que a Coroa portuguesa ordenasse a construção de uma outra rota que ficou conhecida como “caminho novo”. Assim a estrada antiga ficou com o nome de "caminho velho". 



Mapa da Estrada Real e
Caminho Velho e Novo
O caminho novo levou 7 anos para ser construída e hoje tem o nome de Rodovia Garcia Rodrigues Paes.


O caminho até ao município Diamantina ficou conhecido como “Caminho dos Diamantes”.

Dizia André João Antonil (Jesuíta italiano) em 1710:
"A sede insaciável do ouro estimulou a tantos a deixarem suas terras e a meterem-se por caminhos tão ásperos como os das Minas, que dificultosamente se poderá dar conta do número das pessoas que atualmente lá estão. Cada ano, vêm, nas frotas, quantidades de portugueses e estrangeiros para passarem às Minas."

Veja o video produzido Instituto Estrada Real que mostra as atrações desta estrada nos dias de hoje.






2) Santuário do Bom Jesus de Congonhas



Este Santuário localiza-se no morro do Maranhão, no município de Congonhas, a oeste da cidade de Ouro Preto.
Foi tombado pela UNESCO em 1985, pelo seu valor arquitetônico.


As primeiras informações sobre a origem do povoado de Congonhas datam de 1734. 

O nome Congonhas vem do tipo de vegetação encontrada na região e que os índios chamavam Congõi, que em tupi significa "o que sustenta, o que alimenta." 

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Congonhas se tornou um importante centro de mineração. As pepitas de ouro chegavam a ter o tamanho de batatas, na famosa lavra chamada Batateiro. 

Em 1796 a força do ouro trouxe ao então distrito de Congonhas o mais famoso escultor de Minas, o Aleijadinho, já consagrado naqueles tempos. 

Hoje ainda é possível sentir a espiritualidade das esculturas de Aleijadinho, que parecem vivas.

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O Santuário de Bom Jesus de Matosinhos foi construído em várias etapas, nos séculos XVIII e XIX, por vários mestres, artesãos e pintores, como Aleijadinho e Manuel da Costa Ataíde.

A fundação do santuário é atribuída ao português Feliciano Mendes que, tendo adoecido gravemente, prometeu construir um templo a Bom Jesus de Matosinhos, como o que havia em Braga (Portugal), sua terra natal, caso alcançasse a cura.

A cidade foi também berço da obra Marista no Brasil.



3) Centro Histórico Diamantina

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Por volta de 1713, os bandeirantes chegaram às margens do rio Córrego do Tijuco e fundaram o Arraial do Tijuco com uma capela homenageando Santo Antônio.

A partir de 1730, ainda com uma população flutuante, o Arraial do Tijuco começou a crescer com a descoberta de diamantes e em 1831 passou a se chamar Diamantina.

No final do século XVIII era a terceira maior cidade da capitania Geral das Minas Gerais ficando atrás somente da capital Vila Rica (Ouro Preto) e de São João Del Rey.


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Em 1938, a área urbana e histórica da cidade, foi tombada pelo IPHAN (Instituto do Património Histórico e Artstico Nacional) e no ano de 1999 foi reconhecida como Reserva da Biosfera pelo programa O Homem e a Biosfera (Programa de Cooperação Científica Internacional sobre as interações entre o Homem e seu meio da UNESCO), devido à diversidade de recursos naturais existentes, sendo considerada uma das mais ricas do mundo.
Casa da Glória
Atualmente, Diamantina é uma das cidades históricas mais conhecidas e visitadas do Brasil.
É um dos destinos da Estrada Real, um dos roteiros culturais e turísticos mais ricos do país. 
O casario colonial, de inspiração barroca; as edificações históricas; as igrejas seculares; a belíssima paisagem natural e uma forte tradição religiosa, folclórica e musical conferem uma singularidade especial à cidade.



Bibliografia:

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