Caravela portuguesa |
Que os
portugueses chegaram às Américas e à África nas caravelas, todos estão cansados de saber. Mas
você sabia que a astronomia foi fundamental para os navegadores lusos realizarem tal feito?
As caravelas e demais embarcações utilizadas pelos portugueses se
orientavam no mar pelo conhecimento sobre os peixes, os ventos e as correntes
marítimas, mas também pela posição das estrelas.
Os
primeiros marujos tinham de confiar na navegação por estima. Isso exigia que o
navegador estivesse a par de três informações importantes:
O ponto de partida do navio
A velocidade
O rumo (direção do
movimento)
Saber o ponto de partida era fácil.
Mas como determinar
o rumo?
Bússula |
Em 1500, Pedro Álvares Cabral usou uma bússola para verificar seu rumo. As bússolas tornaram-se disponíveis na Europa no século XII, mas antes disso, os navegadores consultavam o Sol e as estrelas.
Quando nuvens ocultavam a visão,
os marinheiros orientavam-se pelas ondas oceânicas longas e regulares
produzidas por ventos constantes. Eles prestavam atenção à posição do nascente
e do poente do Sol e das estrelas em relação a essas ondas.
O nascente e o poente indicavam o leste e o oeste. Ao amanhecer, os marinheiros podiam perceber o aparente desvio do Sol em relação ao dia anterior, comparando a localização do nascente com as estrelas que se desvaneciam.
Os
instrumentos usados na época das grandes nevegações tinham nomes esquisitos, como astrolábio e balestilha.
Astrolábio |
O astrolábio permite medir a altura do Sol sobre o
horizonte e, usando algumas tabelas associadas a operações matemáticas, é
possível medir a latitude de uma embarcação.
Uso da balestilha |
A latitude
é uma das coordenadas que nos localizam na superfície da Terra.
A outra é a
longitude, que não permitia aos navegadores se orienterem no mar.
A balestilha é uma espécie de régua graduada,
que permite medir os ângulos entre as estrelas.
Os
navegadores sabiam muito bem como usar a balestilha no hemisfério Norte, onde a
Estrela Polar é visível. Ela indica a
direção norte da Terra e facilita a vida dos navegadores.
Estrela Polar |
Mas no hemisfério Sul não existe uma estrela brilhante perto do polo Sul celeste, e
por isso os navegadores se orientavam por constelações, como o Cruzeiro do
Sul.
Cruzeiro do Sul |
O Cruzeiro
do Sul é uma constelação, ou conjunto de estrelas, em forma de cruz avistada
pela primeira vez em 1455, na costa da África. Com o
início da expansão marítima no hemisfério Sul, ela se tornaria tão importante
como a Estrela Polar para a orientação dos navios.
E
como era estimada a velocidade?
Um modo era medir o tempo que o navio levava
para passar por um objeto que alguém, na proa (parte da frente da embarcação), jogasse na água.
Nós |
Posteriormente,
um método mais preciso envolvia soltar no mar um pedaço de madeira amarrado a
uma corda graduada por nós feitos a intervalos regulares. A madeira, flutuando
na água, puxava a corda conforme o navio avançava. Depois de um tempo
predeterminado, a corda era recolhida e os nós que haviam sido puxados pela
madeira eram contados. Este número indicava a velocidade do navio em nós - milhas marítimas por hora -, unidade de medida que é utilizada ainda atualmente.
Sabendo a velocidade, o navegador poderia calcular a distância percorrida
pelo navio em um dia.
Em uma carta náutica (um mapa do mar) ele traçava, então, uma linha para indicar seu avanço ao longo do rumo escolhido.
Bibliografia:
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