terça-feira, abril 29, 2014

Desmistificar Vacinas

Mitos sobre Vacinação

1. Melhor higiene e saneamento fazem as doenças desaparecer – vacinas não são necessárias. FALSO
A higiene, água limpa e lavagem das mãos  pode ajudar a proteger contra muitas doenças infeciosas, mas muitas infeções podem ser transmitidas independentemente do quão limpos estamos. Se as pessoas não forem vacinadas, algumas doenças pouco comuns atualmente, como polio e sarampo pode reaparecer rapidamente.

2. Vacinas têm alguns efeitos prejudiciais e efeitos secundários a longo prazo desconhecidos. Vacinação pode ser fatal. FALSO
As vacinas são seguras. A maioria das reações às vacinas são temporárias e leves, como braço dorido ou febre moderada. Eventos graves são extremamente raros e são cuidadosamente monitorizados e investigados. É muito mais provável sofrer danos severos por uma doença evitável por vacinas do que pela vacina. Por exemplo, no caso da poliomielite, a doença pode causar paralisia, sarampo pode causar encefalite e cegueira, e algumas destas doenças pode até causar morte.
Os benefícios da vacinação ultrapassam largamente o seu risco.

3. A vacina combinada contra difteria, tétano e pertussis (tosse convulsa) e a vacina contra poliomielite causam síndrome de morte súbita infantil. FALSO
Não há relação causal direta entre a administração de vacinas e morte súbita infantil. No entanto, estas vacinas são administradas num período onde os bebés podem sofrer síndrome de morte súbita (SIDS). Ou seja, morte por SIDS pode ocorrer mesmo sem a vacinação. É importante relembrar que estas 4 doenças podem ser letais e bebés não vacinados estão em risco de incapacidade ou mesmo morte.

4. Doenças evitáveis por vacinas estão quase erradicadas no meu país, por isso não há razão para me vacinar. FALSO
Apesar de serem pouco comuns em muitos países, os agentes infeciosos que os causam continuam a circular em algumas partes do mundo. Num mundo altamente globalizado e interligado, estes agentes podem ultrapassar fronteiras e infetar população não protegida. Na Europa Ocidental, por exemplo, surtos de sarampo têm ocorrido em populações não vacinadas, na Áustria, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, França, Itália, Espanha, Suíça e Reino Unido desde 2005. Ao tomar vacinas, para além de nos protegermos, também protegemos aqueles que nos rodeiam, limitando a transmissão da doença.

5. Doenças infantis evitáveis pela vacina são simplesmente um facto infeliz da vida. FALSO
Doenças evitáveis por vacinação não têm de ser um facto da vida. Doenças como sarampo, papeira, rubéola são graves e podem levar a complicações severas tanto em crianças como em adultos, incluindo pneumonia, encefalite, cegueira, diarreia, otites, síndrome de rubéola congénita (quando ocorre primoinfeção numa mulher grávida no início da gravidez) e morte. Falha na vacinação contra estas doenças deixam as crianças desnecessariamente vulneráveis.

6. Dando mais do que uma vacina ao mesmo tempo a uma criança pode aumentar o risco de efeitos secundários prejudiciais, que pode saturar o sistema imunitário da criança. FALSO
Evidência científica mostra que dar várias vacinas ao mesmo tempo a um a criança não tem efeitos adversos no seu sistema imunitário. As crianças estão expostas todos os dias a centenas de substâncias estranhas que podem desencadear uma resposta imunológica. O simples ato de comer introduz novos antigénios no corpo e numerosas bactérias vivem na boca e no nariz. Uma criança está exposta a mais antigénios devido a uma constipação ou dor de garganta do que devido a vacinas. Uma das principais vantagens de tomar várias vacinas ao mesmo tempo, é a de ser necessário menos visitas clínicas, o que poupa dinheiro e tempo, e é mais provável que as crianças cumpram o esquema de vacinas. Também, havendo a possibilidade de vacinas combinadas, como para sarampo, papeira e rubéola, tem a vantagem de ser necessário menos injeções.

7. Influenza (Gripe) é só um incómodo, e a vacina não é muito eficaz. FALSO
Gripe é mais do que um simples incómodo, é uma doença séria que mata 300 000-500 000 pessoas todos os anos. Grávidas, crianças de tenra idade, pessoas idosas e qualquer pessoa com uma condição crónica, como asma, ou doença cardíaca, têm maior risco de desenvolver uma infeção grave ou de morte. Vacinar grávidas tem ainda a vantagem de proteger os recémnascidos, pois atualmente não existe vacina para bebés com menos de 6 meses. A vacina proporciona imunidade a três das estirpes criculantes mais prevalentes em qualquer estação. É a melhor forma de diminuir a probabilidade de gripe severa e de o transmitir a outras pessoas. Prevenir a gripe evita custos com cuidados médicos e perda de rendimento por falta no trabalho ou na escola.

8. É melhor obter imunidade através da doença que da vacina. FALSO
Vacinas interagem com o sistema imunitário de modo a produzir uma resposta semelhante à produzida pela infeção, mas não causam doença ou pondo o indivíduo em risco de complicações. O preço a pagar por uma imunização através da infeção pode ser atraso mental, no caso de Haemophilus influenzae tipo b (Hib), defeitos congénitos no caso da rubéola, cancro hepático, no caso do vírus da hepatite B, ou morte no caso do sarampo.

9. Vacinas contém mercúrio, o que é perigoso. FALSO
Timerosal é um conservante orgânico que contém mercúrio, adicionado a algumas vacinas. É a forma mais usada de conservante para vacinas fornecidas em vials multidose. Apesar de alguns países terem retirado as vacinas que contém timerosal como medida de precaução, não há atulamente evidência que sugere que timerosal seja um risco para a saúde.

10. Vacinas causam autismo. FALSO
O estudo de 1998 que levantou a questão de uma possível ligação entre a vacina da sarampo-papeira-rubéola (MMR) e autismo foi posteriormente revelado como gravemente imperfeito. O artigo foi retirado pelo jornal onde foi publicado. No entanto, a publicação causou o pânico que levou a uma descida na taxa de imunização, o que levou a surtos das doenças. Não existe evidência de qualquer relação entre esta vacina e o autismo.


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