segunda-feira, setembro 15, 2014

al zuleycha, al zuléija, al zulaiju, al zulaco ou simplesmente azulejos

Fonte da imagem
A partir de 711, tropas islâmicas oriundas do norte da África (Marrocos e Argélia) começaram a cruzar o estreito de Gibraltar e entraram na Península Ibérica.

Estes MOUROS, como eram conhecidos, devido a sua pele escura, conquistaram o último rei dos Visigodos na “Hispânia” e durante os 800 anos seguintes dominaram a península Ibérica a qual chamavam de Al-Andalus.

Durante a ocupação dos MOUROS na Península Ibérica, Portugal teve contato com esta cerâmica mural de pedra polida pela primeira vez quando em 1498, D. Manuel I, rei de Portugal, viajou para Espanha e ao ver a exuberância dos interiores mouriscos desejou que a sua residência fosse decorada da mesma maneira.

Imediatamente, os portugueses ficaram fascinados com os “azulejos” cujo nome deriva da palavra árabe azzelij que significa pedra lisa e polida.

Foi assim que iniciou a inspiração para a decoração do Palácio Nacional de Sintra.



Palácio Nacional de Sintra
O interior do palácio é totalmente coberto por azulejos, desde o chão, teto e paredes e marcam decidiamente o estilo portugês que hoje é reconhecido mudialmente. 

Os estilos diferentes dos azulejos que cobrem o palácio, contam a história dos quadradinhos de barra vidrados, que são únicos na história de arte de Portugal.


Estilo 'alicatado'
Estilo 'tapete'





Estilo 'historiado'
Até o final do século XV, os azulejos em Portugal eram feitos de grandes placas de barro cobertas de vidrado que eram pintadas e depois cozidas para então serem cortadas em quadrados e depois recombinados.

Este processo, não só era muito difícil de realizar, como também muito difícil de exportar, pois o artista tinha sempre que acompanhar os azulejos serem todos montados.  

Muitos dos azulejos decorativos do Palácio Nacional de Sintra, foram feitos com este processo, conhecido por 'alicatado'.

A partir do século XVI, a técnica italiana conhecida como 'majólica' transformou a arte dos azulejos em Portugal. 
Esta técnica mais fácil possibilitava pintar diretamente no azulejo vidrado e começou-se a substituir a arte islâmica por um estilo italo-flamengo. 

Deste período existem algumas obras notáveis entre as quais merece ser mencionado os azulejos da Capela de S. Roque, em Lisboa, pintados por Francisco de Matos em 1584.

Quem olha para esta imagem ao entrar na capela, dirá que é pintada.  O espanto é sempre o mesmo para novos visitantes, pois ao chegarem mais perto viram que a 'pintura' é de fato feito de mosiacos.

Só quando se chega perto
da parede é se vê
que a 'pintura' é feita
de mini azulejos - mosiacos
No final do século XVI, Portugal enfrentava dificuldades económicas que restringiram acesso a tapeçarias vitrais e mármores luxosos que adornavam os palácios e as igrejas.  




O azulejo então, virou a ser a novo moda de decoração no país inteiro e foi daí que surigiu o estilo dos 'tapetes' de azulejo.  


Os famosos azulejos em azul e branco foram influênciados pela porcelana Chinesa e também pelos azulejos Holandeses que usavam muito o azul.

A Capela de São Sebastião Ermida
(foto de flickr)
Os 'tapetes', marcam o toque individualista das igrejas portuguesas.  Criam um estilo único, que não se encontra noutro tipo de arquitetura.

Foi nesta altura também que originou o azulejo historiado, um mural que representava vários cenários históricos, com emphasis em grandes batalhas (especialmente depois de 1640 quando Portugal reconquistou a indepedência).


Talvez uma das obras mais conhecidas deste estilo seram os azulejos que decorão o enterior da estação de São Bento, no Porto.  Estão representadas várias cenas da história de Portugal:

  • O Torneio de Arcos de Valdevez
  • Egas Moniz apresentado ao rei de Leão Afonso VII
  • Entrada de D. João I no Porto para celebrar seu casamento
  • Infante D. Henrique na Conquista de Ceuta 
Os azulejos ocupam uma área superior a 550 metros.


Estação de São Bento, Porto
Depois do terramoto que destruiu a cidade de Lisboa em 1755, o azulejo tornou-se ainda mais importante. Ele transformou-se no componente mais importante na reconstrução da cidade, promovida naquela altura pelo Marquês de Pombal (secretário do estado durante o Reinado de D. José I).  Daí vem o nome 'pombalino', o nome dado aos azulejos usados nessa época.



Palácio Marquês de Pombal, Oeiras
Por volta de 1780, já no reinado de D. Maria I, surge o estilo neo-clássico, muito influênciado pelos estilos Inglêses e Francêses que entravam no país, foi um estilo que ficou até o começo do século XIX.  Durante seu reinando, D. Maria I cobriu sua residência, conhecida hoje como a Quinta dos Azulejos, com azulejos deste estilo, inclusivo os largos jardins que rondam o palácio.


Palácio dos Marqueses de Nisa, Lisboa 

O azulejo continua a ser muito importante para o património português.  Todos os anos, a arte do azulejo atrai milhares de touristas fascinados com a história dos quadradinhos de barra. 



Fontes: Margarida Borges e  http://www.oazulejo.net/oazulejo_frame.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Invas%C3%A3o_mu%C3%A7ulmana_da_pen%C3%ADnsula_Ib%C3%A9rica
http://en.wikipedia.org/wiki/Maiolica
http://es.wikipedia.org/wiki/Alicatado






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