É verdade!
Tudo começou em 1543 quando os portugueses, em época de expansão marítima, chegaram à ilha japonesa de Tanegasghima. Pode dizer-se que este foi o primeiro contato dos japoneses com o mundo ocidental.
Até aquele momento, os japoneses negociavam somente com a China, mas navios piratas circulavam em grande número por aquelas águas e apresentavam um grande problema para o Japão, pois atacavam e roubavam grãos, seda, pólvora e escravos. Dessa forma, quando os portugueses chegaram com espingardas, os japoneses os receberam de braços abertos, pois as armas de fogo eram importantes para combater a pirataria. Os portugueses levavam também missionários jesuítas que começaram a pregar, converter e batizar budistas e confusionistas e carregavam ouro, prata e catanas (sabres japoneses) de volta à Portugal.
Estima-se que em 1596 havia 300.000 pessoas balizadas e convertidas ao cristianismo. Porém em 1587, o imperador ordenou os jesuítas a deixarem o Japão acusados de forçarem o população a se converter ao cristianismo, a vender escravos para a China e Coréia, a matar animais para comer e de destruírem templos budistas e prédios sagrados. O imperador irritado começou a crucificar monges e cristãos japoneses e seus métodos foram tão cruéis que ele foi apelidado de "regente assassino".
Na seqüência, uma série de governantes foi aumentando as restrições aos estrangeiros, provocando seus vizinhos e declarando guerras à China e Coréia. No século XVII, o Japão vivia uma política de isolamento que culminou com a proibição total de relações comerciais com o exterior.
Em 1639, os barcos portugueses foram impedidos de entrar nos portos japoneses e durante quase 3 séculos, não se registraram relações diplomáticas ou comerciais entre Portugal e o Japão.
A influencia de Portugal no Japão durante os 96 anos de relações comerciais e diplomáticas foi bastante intensa e podem ser sentidas até hoje. Os japoneses passaram a usar novas palavras como: pan (pão), koppu (copo), botan (botão), tabako (tabaco), shabon (sabão), tempura (tempero) entre outras. E os portugueses assimilaram outros termos, entre os quais: biombo (byoobu), catana (katana).
No campo das ciências, o mercador Luís de Almeida, licenciado em medicina fundou a primeira creche (1556) e recolheu grande número de crianças desamparadas.
Em Ooita, Luís de Almeida fundou o primeiro hospital ocidental (1557), onde fazia operações cirúrgicas simples. Ele também estabeleceu um centro de farmácia onde ensinava medicina ocidental aos japoneses.
Mas um dos momentos de maior relevância na relação entre Portugal e Japão foi a viagem de 13 anos da "Missão japonesa Tenshô" para a Europa, que levou quatro jovens missionários japoneses a visitar Portugal, Espanha e a visitar o Papa Gregório XIII em Roma.
Por outro lado, a cerâmica, o origami (arte em papel), as miniaturas de plantas (bonsai), a cerimônia do chá as artes marciais são alguns exemplos da influencia japonesa no ocidente.
O retorno das relações diplomáticas com Portugal
Por volta da primeira metade de 1800, vários países intensificavam suas rotas comerciais.
O Japão vivia debaixo de uma dinastia enfraquecida e os samurais guerreiros tinham perdido o seu estatuto social. Quem dominava era a burguesia.
Em 1853, o presidente norte-americano Millard Filmore, interessado nas trocas comerciais com o Japão, decide assinar um acordo com o país. Logo à seguir, o Japão estabeleceu o comercio com a Grã Bretanga, Rússia, França e Holanda.
A assinatura de um tratado, por estes cinco países ficou conhecido como tratado das "Cinco Nações" (1858) e que dava o direito ao Japão de estabelecer uma representação diplomática com países europeus, alem de permitir a abertura de vários portos japoneses ao comercio externo.
Nesta altura, o Japão propôs negociar um tratado com Portugal que foi assinado em 3 de Agosto de 1869. O "Tratado de Paz, Amizade e Comércio entre Portugal e o Japão".
Em Portugal, durante todo o ano de 2010 haverá eventos culturais, exposições, palestras, concertos, feiras e etc...
Veja aqui a agenda cultural completa em: http://www.pt.emb-japan.go.jp/2010_PT_JAPAO/calendario_pt_japao_2010.html
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