segunda-feira, julho 26, 2010

Florence Nightingale

Florence Nightingale nasceu no dia 12 de maio de 1820 em Florença na Itália e por isso recebeu o nome da cidade onde nasceu.


Sua família era rica e bem relacionada e sua mãe Frances foi uma grande defensora da abolição da escravatura. Seu pai possuía inúmeras propriedades espalhadas por toda a Inglaterra e a família hospedava-se de tempos em tempos em cada uma delas.


Moça de temperamento irrequieto, Florence desde cedo questionava a falta de oportunidades para as mulheres de seu circulo social e começou a frequentar os bairros mais pobres e logo se interessou em cuidar dos que estavam doentes. Aos 24 anos de idade começou a visitar hospitais em Londres a procura de trabalho, mas naquela época, os doentes eram cuidados por voluntárias ou irmãs de caridade. A profissão de enfermeira não existia e as mulheres que realizavam esta tarefa eram consideradas um pouco mais do que prostitutas e não possuíam nenhuma qualificação.


Durante onze anos, Florence visitou diversos hospitais e conversou com diversas ordens religiosas em várias partes da Europa sobre o cuidado dispensado aos doentes. Em 1850 esteve pela primeira vez no Instituto Luterano em Keiserswerth na Alemanha que havia sido fundado para cuidar dos "destituídos" e tinha se tornado uma escola para o treinamento de mulheres professoras e enfermeiras. Esta visita a convenceu da possibilidade de transformar a enfermagem numa profissão para mulheres.


Em 1953, aos 33 anos de idade, Florence aceitou seu primeiro posto administrativo como superintendente do Hospital para mulheres inválidas em Londres.


No entanto, em março deste mesmo ano, a Rússia invadiu o Império Turco-Otomano. O Reino Unido e a França preocupados com a expansão Russa ofereceram apoio à Turquia no conflito que ficou conhecido como guerra da Crimeia.

Assim que os soldados britânicos chegaram à Turquia, foram acometidos de cólera e malária. Dentro de algumas semanas um número estimado de 8.000 homens estavam enfermos.


Na Inglaterra, os relatos sobre os feridos e o sofrimento dos soldados britânicos causavam fúria na população. Os jornais relatavam a negligência com os feridos e ressaltavam as diferenças entre os cuidados dispensados aos doentes pelos franceses e pelos britânicos. Os mais arrojados clamavam pelo dever das mulheres e as instigava a viajar para o continente para cuidar dos soldados feridos senão por obrigação pelo menos por piedade.


Florence Nightingale atendeu a este chamado como se fosse uma ordem e com o apoio de seu amigo, o Secretário de Guerra, Sidney Herbert, que lhe conferiu plena autoridade e o título de "Superintendente das enfermeiras dos hospitais do Leste", prometeu-lhe total cooperação para tudo o que necessitasse para melhorar as condições dos soldados.


Menos de um mês depois, Florence embarcou para a Crimeia com 38 auxiliares: 10 freiras católicas, 8 irmãs de caridade da igreja anglicana, 6 enfermeiras do Instituto St John e 14 outras voluntárias de vários hospitais. Ela ficou conhecida como " Dama-Chefe".


Ao chegar ao hospital de campanha em Scutari na Turquia, encontrou um local imundo sem sequer um recipiente para carregar água ou qualquer outro utensílio. Não havia sabão, toalhas ou roupas. Os feridos encontravam-se em seus uniformes, cobertos de sangue coagulado e tão imundos que pareciam estar envolvidos por vermes e a comida era escassa e apodrecida.


Os militares e as autoridades médicas colocaram-se na defensiva ao ouvirem os relatos de Florence e logo se opuseram ao seu trabalho. Além disso eram desrespeitosos e ofensivos com as mulheres. Mas aos poucos, Florence Nightingale com ajuda do jornal "The Times" que publicava seus relatos horrorizando a sociedade de Londres, conseguiu sensibilizar a população e juntos organizaram um campanha para arrecadar fundos e conseguiram levantar 57.000 Libras e assim começaram a botar ordem no hospital de campanha.


Florence logo estabeleceu uma cozinha e lavanderia. Ela trabalhava mais de 20 horas por dia cuidando dos soldados, suas esposas e filhos. Os soldados a chamavam de "A dama da Luz".


No inicio de 1855, uma epidemia de cólera e febre tifóide matou sete médicos e três enfermeiras. O frio também colaborava para lotar o hospital e logo havia mais de 2000 doentes e feridos em enfermarias improvisadas e a taxa de mortalidade beirava os 42%. Com esta realidade foi exigido que houvesse uma reforma na rede de saneamento e a mortalidade caiu para 2%.


Mas Florence também contraiu a febre tifóide e ficou entre a vida e a morte por 12 dias. Depois disso, tornou-se muito debilitada e em agosto de 1856 retornou à Inglaterra.


Em setembro visitou a Rainha Vitória e fez um relato detalhado sobre as condições dos hospitais militares britânicos e sugeriu inúmeras reformas.


Em 1860, Florence Nightingale fundou uma Escola de Treinamento para enfermeiras no Hospital St. Thomas, mas sua saúde a impediu de aceitar o posto de superintendente embora ela acompanhasse de perto e com grande interesse, os progressos desta nova instituição.


Ela fundou em 1868 a Sociedade de Enfermeiras de "East London", a Associação de Enfermeiras e a Sociedade Nacional de Enfermeiras em 1874 e o Instituto de Enfermeiras do Jubileu da Rainha em 1890.


Seu trabalho inspirou outros paises a melhorarem as condições dos hospitais de campanha e sua ajuda foi importante para os soldados na guerra civil americana e na guerra fronco-prussiana . Ela recebeu diversos premios e reconhecimentos por seu trabalho tanto no Reino Unido como em outros paises.

Seu livro "Notas de Enfermagem" foi publicado inúmeras vezes durante sua vida.

Florence Nightingale morreu aos 90 anos de idade em 13 de agosto de 1910.

Esta semana começa o VIII Forum Global de Redes de Centros Colaboradores da OMS para a Enfermagem e Obstetricia em São Paulo, Brasil.


4 comentários:

Thamy Silva disse...

Obrigada pelas informações. foram mto úteis, faço téc em enfermagem, e pesquisei em vários sites, mas aqui foi onde encontrei as informações mais objetivas, e a melhor exlicação. Nota 10!!

SandraMac disse...

Maravilhoso legado dessa mulher para a história da humanidade!
Obrigada por compartilhar!

Anônimo disse...

A história história dessa mulher é demais,muito interessante.Exemplo de mulher de ser humano.

Rosangela Matos disse...

Alí onde esta falando sobre a Guerra da Crimeia, a data não confere, foi em 1853 e não em 1953.

Excelente Post, muito obrigada por compartilhar, estou divulgando em nosso blog, htt://jsaudeemfoco.blogspot.com.br
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Abraços