Na Flip, pela primeira vez desde 2003, discutiu-se o futuro do livro, assunto que antes só era comentado superficialmente.
No primeiro dia, o historiador e diretor da biblioteca de Harvard, Robert Darnton, e o também historiador Peter Burke falaram sobre a história dos livros. Em outra ocasião Darnton acompanhado de John Makinson, presidente da Penguin Books, gigante dos livros baratos que aportou recentemente no Brasil associada à editora Companhia das Letras voltaram a discutir o futuro dos livros.
Na conversa do primeiro dia, uma espécie de introdução ao assunto, falou-se da literatura pornográfica francesa, do século XVIII, da história das enciclopédias – citando a Wikipedia, elogiada por Burke –, além de um painel sobre a história dos direitos autorais.
O segundo debate envolveu mais o público. Foi importante, o depoimento de Darnton, à frente do projeto de digitalização da biblioteca de Harvard. Segundo ele, o Google está longe de ser o parceiro ideal para a difusão do acervo. “Admiro o Google, e é ótimo que eles tenham digitalizados dois milhões de livros, todos de domínio público. Mas eles queriam digitalizar bibliotecas como a de Harvard, de graça, e cobrar pelo acesso aos livros. Seria o monopólio do conhecimento ”, disse Darnton, aplaudido pelo público.
Outra discussão relevante, mas tocada apenas superficialmente, foi o debate sobre o formato dos arquivos digitais, e o risco de se perder o conhecimento produzido por anos apenas porque o formato ficou obsoleto. Darnton fechou a palestra dizendo: “Já tivemos o anúncio da morte do livro, da morte do autor e agora da morte da biblioteca. Acho que não acredito mais na morte”. Aplausos.
Nenhum Kindle ou iPad foi visto na mesa de autógrafos dos três.
http://www.paraty.com.br/flip/
Nenhum comentário:
Postar um comentário