Milagrário Pessoal - novo romance do autor angolano, José Eduardo Agualusa
Apesar da história de amor narrada, a obra é uma verdadeira homenagem à língua portuguesa, desde as suas origens até à atualidade.
José Eduardo nasceu em Huambo em 1960. Estudou em Lisboa, e desde então vive entre a África, Portugal e Brasil.
José Eduardo já publicou varias obras que foram traduzidas para mais de vinte idiomas.
Entre os prémios arrecadados destaca-se o prestigioso The Independent Foreign Fiction, promovido pelo diário britânico The Independent em colaboração com Arts Council England, agraciado pelo livro O Vendedor de Passados, sendo o primeiro escritor africano a receber tal distinção.
Ao longo da sua carreira José Eduardo Agualusa transparece nas suas obras e ações a paixão e fascínio pela língua portuguesa. Assim, em 2006 lançou, juntamente com Conceição Lopes e Fatima Otero, a editora brasileira Língua Geral, dedicada exclusivamente a autores de língua portuguesa.
Milagrário pessoal, recentemente publicado em Portugal e no Brasil, é de fato uma história de amor onde a defesa e elogio à língua portuguesa imperam. É a história de uma jovem linguista portuguesa, que trabalha com neologismos e faz uma incrível descoberta: alguém, ou alguma coisa, está a subverter a nossa língua, a nível global, de forma insidiosa, porém avassaladora e irremediável. Perturbada com a situação a jovem procura a ajuda de um professor, um velho anarquista angolano, e os dois partem em busca da fonte desses neologismos. Os neologismos acabam por ser um pretexto para falar da aventura que é a construção da língua portuguesa.
Durante todo o livro, existem várias referências a personalidades dos três países a que o autor esta intimamente ligado. Desde a homenagem a três personalidades angolanas: Mário António de Oliveira, Mário Pinto de Andrade e Inocêncio da Câmara Pires. Passando pelo cantor brasileiro Caetano Veloso, pela sua música “Língua” onde a língua portuguesa também é exaltada. Até à surpreendente alusão a histórias como a do Zé do Telhado, uma personalidade portuguesa caricata do século XIX, e a referência a Camilo Castelo Branco, escritor português que o autor angolano tanto admira.
Vale a pena!
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