Timorenses no tear |
Hoje selecionamos alguns aspectos da arte em Timor-Leste, único
país de língua portuguesa na região sudeste asiático. Por todos os conflitos
enfrentados pelo país, o movimento artístico de Timor-Leste ainda se encontra
em fase de desenvolvimento.
Tradicionalmente, o país é conhecido pela arte da cestaria,
olaria e tecelagem, além de suas belas músicas e danças.
Timorense na cestaria |
A cestaria, juntamente com a tecelagem, é a arte tradicional
mais característica e mais espalhada por todo o território de Timor-Leste, já
que vários tipos de cestos continuam a ser ustilizados no dia a dia em suas
múltiplas funções.
A explicação poderá estar na grande profusão existente de
uma espécie de palmeira – que em Timor se denomina Acadiro – de onde é
retirada a matéria prima, tanto para oa fabricação dos cestos como para a
cobertura (telhados) das casas tradicionais.
Cestaria timorense |
A folha de acadiro constitui um material flexível e maleável
mas que, depois de entrançada, adquire uma resistência extraordinária, que
permite o seu uso durante longos anos sem se deteriorar.
Dentre os cestos mais tradicionais contam-se o luh’u,
usado para guardar fruta, pão etc.; o mama fatin, usado para guardar e
servir o betel, areca e cal; o lafatik, geralmente usado no processo de
selecção do arroz ou do milho; e o boote, usado para o transporte das
mais variadas coisas e cuja tira as mulheres costumam prender à testa.
Já a olaria existe em Timor-Leste há cerca de 4.500 anos!
Mulher timorense na olaria |
Apesar da antiguidade dessa arte e da abundância de matéria
prima, a olaria parece ter estado sempre limitada a determinadas áreas do território
do país, sendo a variedade de utensílios em barro relativamente escassa. Uma
explicação para este fato é a facilidade de encontrar outras matérias-primas
para os mesmos fins como a madeira, o bambú e a casca de coco, bem como a
expansão do comércio que acabou por introduzir na ilha recipientes fabricados
nos mais diversos materiais como o ferro, o alumínio e o plástico.
Em Timor-Leste não existe a roda de oleiro e as técnicas
utilizadas são das mais antigas do mundo.
Olaria timorense |
Todo o processo de fabricação depende
única e exclusivamente da mulher.
É a mulher timorense quem recolhe,
seleciona e prepara os materiais, quem confecciona as peças, quem as coze e,
finalmente, quem as vende no mercado. Em muitos casos é também a própria mulher
quem se encarrega de conseguir a lenha ou os excrementos de búfalo necessários
para a o cozimento do barro.
Uma forma de tecelagem criada pelas mulheres de Timor-Leste são
os panos multicoloridos fabricados artesanalmente, conhecidos como Taís.
Estes panos são utilizadas para a ornamentação cerimonial,
decoração e vestuário. Usa-se principalmente o algodão e que é tingido com
corantes naturais muitas vezes preparados pelas próprias artesãs. As imagens e
os padrões de Taís variam muito de região para região, mas muitas vezes eles
incluem mensagens de localidade e eventos significativos. Já publicamos um
artigo sobre ele no nosso blog, confira!
Variedades de Taís |
Em Timor-Leste, as cores do Taís tradicional resumiam-se ao
vermelho, amarelo e preto, sendo este último usado como uma espécie de escala
hierárquica - ou seja, quanto mais abundante era o uso do preto, maior a
importância da pessoa a quem se destinava. Hoje em dia existe uma maior profusão
de cores, consequência direta da ocupação Indonésia e respectiva influência
islâmica nos coloridos.
A música tradicional timorence é conhecida como tebe
ou tebedai.
Dançarinas timorenses |
É um gênero essencialmente rítmico proveniente de dois
instrumentos musicais primordiais: o babadok (um pequeno tambor) e o dadir
(disco metálico) que são tocados basicamente por mulheres que podem ser acompanhadas
de um ou mais homens executando movimentos com as suas espadas, as surik.
Dançada tradicionalmente durante a época das colheitas e na
abertura de uma lulik (casa sagrada), o tebedai é também executado em eventos
religiosos e cerimónias governamentais. Veja essa e outras danças típicas dos
países de língua portuguesa nesse artigo!
Bibliografia:
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